Os biocombustíveis vão decolar literalmente
Nos EUA, metas ambiciosas impulsionam a expansão
A indústria de biocombustíveis, que teve grande expansão nos anos 2000, pode estar prestes a atingir novos patamares com o avanço dos Combustíveis de Aviação Sustentáveis (SAF). Produzidos a partir de óleos vegetais, etanol, biomassa e resíduos, os SAF são misturados ao querosene de aviação em proporções de 10% a 50%, dependendo da matéria-prima e do processo. Segundo a Organização Internacional da Aviação Civil, mais de 360 mil voos comerciais já usaram SAF, especialmente nos EUA e na Europa. Em 2024, a produção global deve atingir 600 milhões de galões, ainda uma fração dos 100 bilhões consumidos anualmente pela aviação mundial.
Nos EUA, metas ambiciosas impulsionam a expansão: o governo Biden projeta 3 bilhões de galões de SAF até 2030 e 35 bilhões até 2050, suficientes para atender 100% da demanda doméstica. Essas metas podem beneficiar agricultores e a indústria de biocombustíveis, ampliando mercados para milho e soja. Em abril, o Departamento de Energia dos EUA atualizou o modelo GREET, que calcula as emissões de ciclo de vida do SAF, incorporando dados recentes sobre matérias-primas e processos produtivos. Além disso, o crédito tributário 45Z, que entra em vigor em 2025, pode incentivar ainda mais o setor, embora especialistas alertem que serão necessários estímulos de longo prazo para atingir o potencial ideal.
Entretanto, desafios significativos persistem. O custo do SAF, três vezes maior que o do querosene convencional, é uma barreira importante. Além disso, a expansão de áreas agrícolas para produção de matéria-prima pode liberar carbono do solo e comprometer os benefícios ambientais do SAF. Há também preocupações com o impacto no abastecimento global de alimentos, pois o redirecionamento de grãos para fins industriais pode elevar os preços e reduzir a disponibilidade de alimentos. As informações são do world-grain.com.