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Como a onda de calor está afetando as lavouras?

Frente fria deve chuvas e alívio nas temperaturas



Foto: Pixabay

A safra de verão entra em sua reta final. Segundo o levantamento de safra da Conab divulgado na segunda-feira (3), a colheita de soja teve um avanço de 48,4%, o que representa um crescimento de 1,1% em relação ao mesmo período da safra passada. O milho avançou 25,3%, mas o apresenta um atraso de 4,1% em relação à última safra. Já o feijão de primeira safra, cerca de 56,4% do grão já foi colhido, apresentando um avanço de 12,4% em relação à safra anterior.

O plantio do milho safrinha avança com bom ritmo, com 69,6% das lavouras já em campo. Embora isso represente um atraso de 4,12% em relação ao mesmo período da safra anterior. Dentre as condições mais recentes, o calor vem afetando a qualidade das lavouras, como no feijão de Santa Catarina, onde onde se observa restrição devido às chuvas mais escassas e às altas temperaturas recentes.

No Rio Grande do Sul, o milho de primeira safra apresenta perdas maiores por estresse hídrico, que é intensificado pelas temperaturas mais elevadas. Sobretudo nas regiões do Planalto Superior, Sul, Campanha e Depressão Central, onde as operações de colheita recém começaram.

De acordo com o meteorologista Gabriel Luan Rodrigues, nos próximos dias, as altas temperaturas podem causar distúrbios fisiológicos em parte das lavouras de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, além de reduzir o armazenamento hídrico no solo e causar restrição hídrica à soja em enchimento de grãos nesses dois estados, além do milho segunda safra em início do desenvolvimento em algumas regiões do Paraná.

Segundo a Consultoria Agroconsult em seus resultados preliminares do Rally da Safra 2025, há áreas de soja com perdas consolidadas no Rio Grande do Sul e no Mato Grosso do Sul.No estado gaúcho, foram pelo menos 30 dias sem chuva e temperaturas acima de 40°C, derrubando a estimativa de produtividade para 39 sc/ha – bem abaixo das 49,5 sc/ha projetadas antes do Rally. Já no Mato Grosso do Sul, o encurtamento do ciclo reduziu a produtividade para 49,5 sc/ha.

O Paraná, São Paulo e Santa Catarina também apresentam uma redução na estimativa de produtividade em decorrência das elevadas temperaturas e chuvas mais escassas ao longo do ciclo da soja. Em contrapartida, a consultoria Céleres não indica uma perda de produtividade tão grande quanto à Agroconsult. Os maiores destaques ficam para Santa Catarina (redução de -6,8%)e Rio Grande do Sul (redução de -8,3%).

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Fim da onda de calor e temperaturas amenas

A partir da próxima sexta-feira (07) uma frente fria deve se formar sobre o centro da Argentina, com força o suficiente para quebrar o padrão de temperaturas elevadas no Brasil. No sábado (08), as primeira chuvas dessa frente fria devem chegar ao sul do Brasil, trazendo acumulados na ordem dos 7 a 15 mm no sul do Rio Grande do Sul, no final do dia, com potencial para temporais localmente fortes. “O calor deve se intensificar, devido ao fenômeno “pré-frontal” quando há um acúmulo de ar quente à frente das instabilidades da frente fria. Ainda no sábado temperaturas devem se aproximar dos 38°C no Rio Grande do Sul, oeste do Paraná, Mato Grosso do Sul e oeste de São Paulo”, explica Rodrigues.

No domingo (9), a expectativa é que as chuvas da frente fria consigam avançar pelo Rio Grande do Sul, ainda na madrugada, avançando até Santa Catarina. Os acumulados podem atingir valores de 50 a 70 mm no decorrer do período, com possibilidade de tempestades severas, especialmente na parcela central do Rio Grande do Sul e sul de Santa Catarina. 

Com o avanço das chuvas, a expectativa é de redução nas temperaturas máximas.

Rodrigues prevê que, na próxima segunda-feira (10) as temperaturas máximas podem ficar abaixo dos 30°C, no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Parana. As temperaturas mínimas podem atingir os melhores valores desde o início do verão, com 10°C no sul gaúcho e serras de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.  

Por outro lado, ainda na segunda (10), o calor segue intenso em Mato Grosso do Sul e São Paulo. A expectativa é de que as chuvas da frente fria cheguem nestas regiões ao final do dia. 

Segundo o especialista, deste modo, a tendência é de que as temperaturas apresentem uma redução mais significativa a partir de terça (11), saindo da marca dos 35°C de segunda, para valores mais próximos de 30°C. Assim, com o avanço dessa nova frente fria boa parte do Brasil, terá temperaturas próximas à média do período. Ou seja, ainda são esperadas temperaturas elevadas, típicas de verão, mas pode ser o fim da atual onda de calor.

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