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China suspende importação de soja de empresas dos EUA  

Brasil pode se beneficiar dessa decisão



A medida coincidiu com a imposição de uma tarifa adicional de 10% pelos EUA A medida coincidiu com a imposição de uma tarifa adicional de 10% pelos EUA - Foto: Ivan Bueno/APPA

O governo chinês anunciou em 4 de março a suspensão das licenças de importação de três empresas dos EUA (CHS Inc., Louis Dreyfus Co. e EGT, parcialmente pertencente à Bunge Global SA). A decisão foi tomada após a detecção de ergot e agentes de revestimento de sementes na soja exportada, segundo o departamento de alfândega da China.  

A medida coincidiu com a imposição de uma tarifa adicional de 10% pelos EUA sobre produtos chineses, elevando o total para 20%. Em resposta, a China impôs novas tarifas sobre commodities agrícolas americanas, incluindo soja (10%), sorgo (10%), trigo e milho (15%). As tarifas cobrem US$ 21 bilhões em produtos e entram em vigor em 10 de março, com exceção de mercadorias já em trânsito, que terão prazo até 12 de abril.  

Mesmo antes das novas tarifas, as importações agrícolas chinesas dos EUA já estavam em queda, totalizando US$ 29,25 bilhões em 2024, uma redução de 14% em relação a 2023. Apesar da menor dependência dos EUA, a China segue como maior mercado da soja americana, comprando cerca de US$ 11 bilhões do grão.  

Caleb Ragland, presidente da Associação Americana de Soja, afirmou que os produtores americanos temem uma nova guerra comercial. Ele destacou que os impactos seriam desproporcionais para o setor e que concorrentes como o Brasil estão prontos para suprir a demanda chinesa. Em 2018, a guerra comercial com a China causou perdas de US$ 27 bilhões à agricultura dos EUA, com a soja representando 71% desse total.

“Sabemos que os produtores estrangeiros de soja no Brasil e em outros países estão esperando colheitas abundantes este ano e estão preparados para atender a qualquer demanda decorrente de uma nova guerra comercial EUA-China. Os produtores de soja ainda não recuperaram totalmente os volumes de mercado dos impactos prejudiciais da guerra comercial de 2018, e isso agravará ainda mais as dificuldades econômicas de nossos agricultores”, conclui.
 

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