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Bancado por produtores, teste de carga no porto de Cáceres vai custar R$ 4 mi

Procedimento é necessário para verificar a capacidade e viabilidade econômica e logística da região



Os testes de carga no Porto de Cáceres devem começar a ser realizados em março, segundo o presidente da Associação Pró-Hidrovia, Reck Junior. O procedimento é necessário para verificar a capacidade e viabilidade econômica e logística da região. Esse trabalho inicial no local está sendo bancado por produtores e os investimentos estão calculados em torno de R$ 4 milhões.

O porto fica localizado no setor industrial de Cáceres. Após o término das análises, o complexo deverá ser repassado ao Governo Estadual, que abrirá licitação para escolher a empresa que irá gerenciar as atividades. 

Reck Junior, que também é empresário, revelou que os trabalhos estão no começo e que “[o porto] está até bem cuidado no aspecto visual, mas como um carro, ele estraga quando fica muito tempo parado. Então ainda estamos meio no escuro”. 

Ele disse que a ideia do porto é fazer a ligação entre a terra e o mar. O porto irá aproveitar o potencial da hidrovia do Mercosul que, como ele explica, é 100% navegável e não precisa de uma interferência humana. “A hidrovia é um patrimônio, o mundo inteiro luta para ter um rio navegável. Então, nós entendemos que ela será viável para o transporte de qualquer mercadoria. Seja soja, milho, madeira, produtos industrializados, fertilizantes, adubo, trigo, enfim, a construção precisa atender a sociedade como um todo”, pontua.

Apesar da hidrovia estar “pronta”, Reck afirma que os testes de carga são necessários para que haja um reconhecimento das características do rio. Ele explica que, mesmo o local já tendo recebido navegação há algum tempo, nunca foi feito um histórico das águas. “Quando o rio abaixa, por exemplo, não tem como navegar. Então precisamos de um tempo, cerca de 7 meses, para realizar esses testes e verificar como funciona o ciclo do rio. Além disso, a partir desses estudos podemos conhecer a viabilidade econômica do rio, ou seja, quanto ele pode movimentar de produtos e etc”, explicou.

Todos os estudos estão sendo bancados por produtores da região, que estão ligados a Associação Pró-Hidrovia e, portanto, nesse ciclo não está sendo gasto dinheiro público. Os investimentos estão sendo custeados com questões como a limpeza, segurança, reformas no terminal de máquinas, elevadores e correias, exemplifica o presidente.

O empresário afirma também que acredita que os trabalhos devem se encerrar ainda neste ano. Ele lembra que os trâmites burocráticos foram um empecilho para o projeto, mas que é importante lutar pelo porto até o fim já que “a hidrovia é um maiores patrimônios que um estado pode ter”.

“Todos os produtores que fazem parte da associação entenderam a importância de ajudar a tirar a ideia do papel. Não adianta só cobrar, nós temos que ser proativos também. Então nós vamos fazer os investimentos necessários agora para que depois o governo possa tocar a obra. Estando o porto concluído, Mato Grosso só tende a ganhar”, argumenta. 

Prefeitura

O prefeito de Cáceres, Francis Maris (PSDB), explicou que alguns trabalhos, como a dragagem (limpeza), estão acontecendo em paralelo no rio e reiterou que a meta é fazer com os testes de carga comecem no próximo mês de março. 

Francis afirmou que os benefícios da obra vão desde a geração de empregos até as possibilidades comerciais com outros países como a Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai, que também são cortados pela hidrovia do Mercosul, anteriormente chamada de Paraguaia-Paraná. “Teremos ainda o transporte da soja, do milho, de algodão, de grãos, de toda a produção de carne, de couro, de madeira, enfim, de toda a produção de Mato Grosso. Com a logística do transporte fluvial você diminui o custo do frete e repassa para os produtores, que vão ganhar com isso e ter custos menores”, afirma.

O chefe do executivo municipal chegou a dizer, no final do ano passado, que a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) poderá fazer com que o município se torne a principal economia do estado em 10 anos. 

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