Tendência da soja é de baixa
Fatores adicionais de pressão incluem chuvas inesperadas na Argentina
De acordo com informações da TF Agroeconômica, o mercado de soja apresenta uma clara tendência de baixa no curto, médio e longo prazos. A produção brasileira da safra 2024/25 foi revisada para cima, com novas estimativas da StoneX indicando 171,40 milhões de toneladas, acima dos 147,52 milhões de toneladas da safra anterior e também acima das previsões do USDA e da Conab. Esse aumento, somado às elevações previstas para as safras americana e argentina, amplia a oferta global, pressionando os preços para baixo. No Brasil, a oferta interna deve crescer em 23,88 milhões de toneladas, reduzindo a necessidade de elevação nos preços para suprir a demanda de indústrias e exportadores.
Embora o programa “Combustível do Futuro” tenha sido aprovado, aumentando a mistura de biodiesel no diesel e, consequentemente, a demanda por soja no mercado interno, esse impacto é limitado. A nova legislação, que prevê a elevação gradual do biodiesel de B14 para B20 até 2030, deve adicionar cerca de 6 milhões de toneladas de demanda já em 2024. No entanto, esse aumento não será suficiente para compensar a ampla oferta esperada, apenas moderando a intensidade das quedas no mercado doméstico. A TF recomenda que os produtores realizem vendas neste momento, pois, apesar dos lucros serem menores do que no início do ano, ainda são atrativos.
Fatores adicionais de pressão incluem chuvas inesperadas na Argentina, que aliviaram preocupações sobre a seca, e um relatório semanal de exportações dos EUA que revelou vendas líquidas de soja em seu nível mais baixo do ciclo econômico, 51% abaixo do relatório anterior. A fraqueza nos subprodutos, como farelo e óleo de soja, também contribuiu para o cenário negativo, com quedas significativas nos contratos futuros. A situação argentina ainda reforça o ambiente de baixa, com 93% das lavouras avaliadas em condições de colheita normal ou boa e avanço no plantio, que já cobre 92,7% da área planejada.