Perdas na soja aumentam com seca e calor
Estiagem compromete safra de soja em várias regiões do Rio Grande do Sul

A produção de soja no Rio Grande do Sul enfrenta desafios climáticos. De acordo com o boletim conjuntural da Emater/RS-Ascar, divulgado na última quinta-feira (6), na região de Bagé, lavouras de plantio tardio apresentam falhas no estande e desenvolvimento limitado. Em Alegrete, semeaduras feitas dentro do período recomendado mostram melhor desempenho, mas a deficiência hídrica e o abortamento de flores causam perdas expressivas. Já em São Borja, as chuvas mais frequentes favorecem algumas lavouras, embora cultivos implantados entre outubro e novembro tenham sofrido perdas severas. Em Manoel Viana, o manejo de pragas segue em andamento, mas a colheita se inicia com perdas significativas devido ao estresse hídrico e às temperaturas elevadas.
Na região da Campanha, o retorno da umidade favoreceu a aplicação de herbicidas, fungicidas e fertilizantes foliares, mas as chuvas não foram suficientes para recuperar as perdas consolidadas. Há também desuniformidade entre lavouras, tanto no crescimento das plantas quanto no potencial produtivo.
No Noroeste, municípios como Esmeralda, Muitos Capões e União da Serra registram prejuízos causados pela estiagem. Já em Caxias do Sul, a fase predominante é a de enchimento de grãos, com algumas áreas já em maturação e início de colheita.
A região de Ijuí apresenta produtividade reduzida, com perdas totais em lavouras semeadas em outubro, as mais impactadas pela seca. A região de Passo Fundo tem 83% das lavouras em formação de vagens e enchimento de grãos, enquanto em Pelotas, 47% das plantações estão nessa fase, mas com impactos da irregularidade das chuvas, que variaram entre 1,5 mm e 120 mm.
Na região de Santa Maria, a colheita avançou nos municípios mais afetados pela estiagem, como Capão do Cipó, Santiago e Tupanciretã, este último com 149 mil hectares plantados. No entanto, as produtividades registradas até o momento estão cerca de 50% abaixo do esperado.
Em Santa Rosa, as chuvas da última semana ajudaram a estabilizar as perdas, mas as lavouras apresentam desenvolvimento heterogêneo. As cultivadas em outubro sofreram mais impactos, enquanto aquelas semeadas entre novembro e dezembro apresentam melhor desempenho.
Na região de Soledade, a colheita avança lentamente, e a produtividade está ligeiramente abaixo das projeções iniciais. Temperaturas elevadas e chuvas irregulares, que variaram entre 10 mm e 90 mm, seguem impactando parte das lavouras.
No Rio Grande do Sul, o preço médio da saca de 60 kg da soja registrou um aumento de 1,24% na última semana, passando de R$ 125,40 para R$ 126,95, conforme levantamento da Emater/RS-Ascar.