Preço do trigo sobe, mas plantio deve permanecer estável
Crescimento da área plantada com trigo em 2025 é pouco provável
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Segundo o Boletim Semanal de Conjuntura Agropecuária do Departamento de Economia Rural (Deral), divulgado pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná na última quinta-feira (6), os preços pagos aos produtores de trigo registraram leve alta em janeiro de 2025. A saca foi comercializada, em média, a R$ 72,79, um aumento de 0,5% em relação a dezembro de 2024 e 12% acima do valor registrado em janeiro do ano passado, quando o preço era de R$ 65,13.
Apesar da valorização, um crescimento da área plantada com trigo em 2025 é pouco provável. Entre os principais fatores que limitam essa expansão está a concorrência com o milho, cuja segunda safra está sendo implantada com um incremento de 1% na área cultivada devido à sua maior lucratividade. Dessa forma, o cultivo do trigo tende a se concentrar em regiões sujeitas a geadas, onde outras culturas apresentam riscos ainda maiores.
Uma eventual ampliação poderia ocorrer sobre áreas que, em invernos anteriores, foram ocupadas com aveia. No entanto, essa possibilidade é limitada pelo histórico recente de dificuldades enfrentadas pelos produtores. A safra de 2024 foi 38% inferior ao seu potencial devido à seca, e anos anteriores também registraram problemas como chuvas excessivas na colheita, geadas e perdas de qualidade. A última safra considerada plenamente satisfatória ocorreu em 2016.
Embora os custos estimados para a produção de trigo indiquem certa rentabilidade, com um custo variável de R$ 68,68 por saca (a preços de novembro de 2024) e uma margem aproximada de 6%, o cenário climático e econômico ainda gera incertezas.
As primeiras projeções sobre a área plantada com trigo e demais grãos de inverno serão divulgadas pelo Deral em 27 de março.