Pecuária gaúcha sofre com estiagem, mas preços se mantêm
Mercado de gado gordo segue aquecido, aponta Emater
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Segundo o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, divulgado na última quinta-feira (6), a estiagem prolongada e as altas temperaturas registradas desde janeiro têm causado impactos negativos no rebanho bovino do Rio Grande do Sul. A redução na oferta de forragem e a escassez de água em diversas regiões resultaram na perda de peso dos animais, além de comprometer a fertilidade dos touros e a manifestação de cio nas fêmeas, prejudicando a reprodução.
Na região de Bagé, a perda de peso dos bovinos se intensificou devido à limitação das pastagens nativas e cultivadas. Em algumas propriedades, as fêmeas inseminadas estão retornando ao cio, comprometendo a safra de terneiros. Em Caxias do Sul, o estresse térmico foi o principal problema identificado, enquanto em Frederico Westphalen, a redução no consumo de forragem foi agravada pelo calor.
Já em Pelotas, houve queda nas taxas de prenhez em protocolos de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF), levando alguns pecuaristas a optarem pela monta natural. Em Porto Alegre, o manejo nutricional dos animais segue como prioridade, com o monitoramento do estado corporal e diagnósticos de prenhez.
A incidência de carrapatos permanece relativamente controlada, mas produtores de regiões como Quaraí e Rosário do Sul já adotam protocolos preventivos devido à resistência do parasita a alguns carrapaticidas.
A comercialização do gado gordo segue em alta, com negociações favoráveis em remates, especialmente nas regiões de Pedras Altas e Piratini, onde os preços dos terneiros atingiram valores atrativos. Em Erechim, os preços do gado gordo permaneceram estáveis, com exceção da vaca gorda, que registrou leve queda. Já as categorias de reposição tiveram aumento nos preços, refletindo o investimento dos pecuaristas.
Segundo o levantamento semanal da Emater/RS-Ascar, o preço médio do boi gordo no estado teve alta de 0,46%, passando de R$ 10,79 para R$ 10,84/kg vivo, enquanto o preço da vaca para abate permaneceu estável em R$ 9,63/kg vivo.