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Silagem com capins tropicais é alternativa para estiagens

Silagem de capins tropicais é opção para pecuária na Amazônia



Foto: Alexandre Teixeira

Estudos conduzidos pela Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), em parceria com a Embrapa Gado de Corte, apontam a produção de silagem com capins tropicais como uma estratégia promissora para garantir reservas de alimento durante os períodos de estiagem na Amazônia, que podem se tornar mais severos devido às mudanças climáticas.

As pesquisas analisaram cultivares e diferentes manejos, destacando o impacto dessas variáveis na qualidade fermentativa e nutricional da silagem. De acordo com os pesquisadores, o cultivo de capins tropicais oferece fácil manejo e menor risco, quando comparado a outras culturas destinadas à produção de silagem, tornando-se uma alternativa viável para preservação do volumoso excedente. “O capim tem flexibilidade de uso já que com o mesmo pasto pode se fazer a silagem e o pastejo. Mas não posso trazer um manejo pronto do Centro-Oeste para cá. Em cada lugar é preciso uma validação das melhores práticas, inclusive considerando diferenças importantes dentro das regiões da Amazônia”, explica o professor adjunto de Forragicultura e Pastagens da Universidade Federal Rural da Amazônia, campus Belém, Dr. Thiago Carvalho da Silva.

O pesquisador Silva, especializado em silagem de capins tropicais, o projeto buscou caracterizar cultivares sob diferentes manejos, com foco na fermentação e qualidade nutricional. Os testes foram realizados na Fazenda Escola de Igarapé-Açú, localizada a 120 quilômetros de Belém, e analisaram sete cultivares dos gêneros Megathyrsus (Syn. Panicum) e Urochloa (Syn. Brachiaria).

Os capins foram cultivados em 84 parcelas de 12 m² e cortados a cada 30, 60 e 90 dias durante o período chuvoso de dois anos. Posteriormente, o pH das silagens e as populações microbianas foram monitorados em três momentos de abertura do silo: 5, 30 e 60 dias. Entre os resultados, a cultivar Brachiaria híbrida Mavuno mostrou-se superior em produtividade de massa seca e apresentou uma queda mais rápida do pH durante o processo de fermentação – fator essencial para a conservação da forragem. Segundo o pesquisador, a rápida queda do pH indica maior eficiência na fermentação, possivelmente relacionada à maior concentração de carboidratos solúveis no capim. Esse aspecto será analisado em maior profundidade em estudos futuros.

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