Soja encerra o dia em baixa em Chicago
Outro fator baixista é o avanço da colheita brasileira
Outro fator baixista é o avanço da colheita brasileira - Foto: Nadia Borges
A soja negociada na Bolsa de Chicago (CBOT) encerrou o dia em baixa, impactada pela colheita brasileira e pela escalada de tarifas comerciais dos Estados Unidos contra a China. Segundo a TF Agroeconômica, o contrato de maio caiu 0,55%, fechando a US$ 1001,75/bushel, enquanto o de julho recuou 0,39%, para US$ 1015,50/bushel. O farelo de soja para maio perdeu 0,84%, atingindo US$ 295,1/ton curta, enquanto o óleo de soja subiu 0,36%, cotado a US$ 42,30/libra-peso.
A pressão sobre os preços ocorre principalmente devido à retórica comercial do governo dos EUA. O ex-presidente Donald Trump voltou a sinalizar novas tarifas sobre importações chinesas, afetando diretamente o maior consumidor global de soja e seus derivados. A incerteza gerada por esse cenário leva os traders a adotarem uma postura mais cautelosa no mercado de grãos.
Outro fator baixista é o avanço da colheita brasileira. Dados da Conab indicam que 76,4% da área apta já foi colhida, superando os 69,8% da semana anterior e os 66,3% do mesmo período de 2024. Esse ritmo acelerado reforça a oferta global e limita o potencial de recuperação dos preços em Chicago.
Além disso, os Estados Unidos anunciaram novas tarifas de 25% sobre países que compram petróleo da Venezuela, impactando indiretamente a China, que absorve 68% do petróleo venezuelano. Caso Pequim reaja, o cenário pode se agravar, intensificando a guerra comercial e adicionando mais volatilidade ao mercado de soja.
“Somando-se ao acima exposto está a incerteza em torno da potencial imposição de altas taxas portuárias em embarcações associadas à China — porque foram fabricadas naquele país ou porque fazem parte de frotas que incluem embarcações chinesas — que Trump quer impor para reavivar a indústria de transporte marítimo dos EUA”, conclui.
