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Irrigação por gotejamento impulsiona produtividade do café

Irrigação melhora qualidade e estabilidade do café



Foto: Sheila Flores

A irrigação por gotejamento tem ganhado espaço na cafeicultura brasileira como alternativa para garantir produtividade e qualidade diante das incertezas climáticas. O especialista agronômico da Netafim, Murilo Tosta, explica que a alta nos preços do café tem incentivado os produtores a investirem na tecnologia. “Os preços em alta têm sido um grande incentivo para que os cafeicultores modernizem suas lavouras e adotem práticas mais eficientes. Com a irrigação, por exemplo, conseguimos garantir uma produção mais estável e de alta qualidade, independentemente das variações climáticas”, afirma.

O investimento na tecnologia pode se pagar entre dois e quatro anos, dependendo do manejo e das condições da propriedade. “Um produtor do Cerrado Mineiro, que aumentou sua produtividade de 25 sacas por hectare para 50 sacas e passou a vender como 'café especial', teve retorno financeiro em aproximadamente dois anos”, explica Tosta.

Além do impacto na produtividade, a irrigação por gotejamento traz maior previsibilidade à colheita, permitindo melhores negociações e reduzindo riscos climáticos. “O grande diferencial está na otimização da produção e na previsibilidade da colheita”, destaca o especialista. Com a adoção do sistema, a produtividade pode dobrar ou até triplicar. “Em áreas sem irrigação, a média varia entre 20 e 30 sacas por hectare. Com o gotejamento, esse número pode chegar a 50, 60 ou até 80 sacas”, acrescenta.

A tecnologia também contribui para a melhoria da qualidade do café. O gotejamento mantém a umidade do solo em níveis ideais, resultando em floradas homogêneas e maturação uniforme dos frutos. “Quando a planta recebe água e nutrientes na medida certa, há menor incidência de grãos verdes ou mal formados, o que melhora a qualidade da bebida e aumenta o percentual de grãos peneira alta”, explica Tosta.

O sistema ainda se destaca pela eficiência no uso da água, essencial para a sustentabilidade da cafeicultura. Em uma fazenda de Minas Gerais, a adoção do gotejamento reduziu significativamente o consumo de água, eliminou a erosão do solo e melhorou a saúde das plantas, reduzindo o uso de fertilizantes e defensivos. “A irrigação por gotejamento não só economiza água, mas também promove práticas agrícolas mais sustentáveis, preservando o solo, protegendo os recursos hídricos e reduzindo os impactos ambientais da cafeicultura”, afirma.

A tecnologia já é amplamente utilizada em regiões produtoras como Cerrado Mineiro, Sul de Minas, Espírito Santo e Oeste da Bahia. No Cerrado, a irrigação garante um suprimento hídrico contínuo, essencial para o pegamento da florada e o enchimento dos grãos. Já no Espírito Santo, onde predomina o café conilon, a irrigação é fundamental devido à alta demanda hídrica da cultura.

Diante das incertezas climáticas, o especialista reforça a importância da irrigação. “Hoje, a imprevisibilidade climática é uma das maiores ameaças à produtividade e à qualidade do café. O gotejamento permite um controle preciso da água e, para os produtores que já adotaram essa tecnologia, a mudança foi definitiva. Com os preços do café em alta, esta é a melhor hora para investir”, conclui.

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