Perdas na soja chegam a 55% em São Borja
Chuvas irregulares podem comprometer rendimento da soja em regiões do RS

A colheita da soja avança no Rio Grande do Sul, mas a quebra da cultura preocupa alguns produtores. Segundo o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, divulgado na quinta-feira (20), a estiagem impactou a produtividade, levando agricultores a recorrerem ao seguro rural.
Em Bagé, a colheita acelera e a produtividade média está estimada em 1.679 kg/ha. Já na Fronteira Oeste, em Maçambará, apenas 8% das lavouras foram colhidas, com rendimentos entre 360 e 480 kg/ha. Em São Borja, os prejuízos chegam a 55%, levando produtores a buscar o acionamento do seguro rural. Em São Gabriel, há grande variação de produtividade, com perdas estimadas em 40%.
Na Campanha, as chuvas de março foram insuficientes, resultando no reaparecimento do estresse hídrico. Lavouras tardias ainda em floração e formação de grãos podem sofrer perdas maiores. Em Hulha Negra, apesar da queda de flores e vagens no terço inferior das plantas, a produtividade segue dentro da média histórica.
Em Caxias do Sul, a umidade residual no solo ainda garante desenvolvimento às plantas, mas localidades como Paraí enfrentam escassez hídrica desde janeiro, reduzindo a produtividade média para 1.500 a 1.800 kg/ha. A média regional, no entanto, permanece em 3.300 kg/ha.
Em Erechim, 75% das lavouras estão em enchimento de grãos e maturação, e 25% já foram colhidas. A produtividade média é de 2.500 kg/ha, 33% abaixo da estimativa inicial. Campinas do Sul, Floriano Peixoto e Ponte Preta estão entre os municípios mais afetados, com produtividades abaixo de 2.000 kg/ha.
Frederico Westphalen tem 15% das lavouras colhidas, com produtividade média de 2.750 kg/ha. Já em Ijuí, os rendimentos variam de 480 a 3.600 kg/ha, conforme a época de semeadura e a maturação das plantas. Em áreas próximas ao Rio Uruguai, a falta de chuvas recentes gera preocupações.
Na região de Passo Fundo, 25% das lavouras foram colhidas, com produtividade média revisada para 2.552 kg/ha, abaixo da estimativa inicial de 3.670 kg/ha. Em Pelotas, as perdas variam entre 20% e 40%, mas algumas lavouras podem alcançar até 3.600 kg/ha. Ataques de tripes e ácaros seguem sendo relatados.
Em Santa Maria, a produtividade média está em 1.800 kg/ha. Com a colheita avançando, perdas se confirmam, especialmente em São Francisco de Assis, Silveira Martins e Tupanciretã. A falta de chuvas pode comprometer ainda mais os rendimentos.
Na região de Santa Rosa, a estimativa de produtividade foi reduzida para 1.743 kg/ha. O período seco após as chuvas de março intensificou o estresse hídrico, prejudicando o enchimento dos grãos e aumentando impurezas na colheita.
Em Soledade, 10% das lavouras precoces já foram colhidas, com produtividades variáveis. Algumas áreas apresentam grãos esverdeados devido ao uso de dessecantes para uniformizar a maturação. Chuvas adicionais são necessárias para evitar perdas nas lavouras ainda em desenvolvimento.