Exportações impulsionam alta nos preços do algodão no Brasil
Outro fator que limita a oferta interna é o cumprimento de contratos

O mercado de algodão em pluma no Brasil segue apresentando pequenas altas diárias nos preços, impulsionado por fatores internos e externos. Segundo análises do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), o bom desempenho das exportações tem sido um dos principais responsáveis por manter o equilíbrio entre oferta e demanda no cenário nacional.
Com o volume exportado em ritmo acelerado, o excedente de algodão no mercado interno diminui, o que reduz a pressão sobre os preços. Além disso, a valorização da pluma no cenário internacional vem contribuindo para fortalecer as cotações domésticas. Essa tendência torna os vendedores mais cautelosos na liberação de novos lotes para o mercado spot, optando por segurar a produção à espera de condições mais vantajosas.
Outro fator que limita a oferta interna é o cumprimento de contratos a termo. Muitos produtores estão comprometidos com entregas futuras já negociadas, o que reduz ainda mais a disponibilidade do produto no mercado à vista. Esse cenário força a indústria nacional a recorrer ao algodão já estocado ou previamente contratado para garantir o abastecimento.
Mesmo com a sustentação nos preços, as cotações do algodão têm oscilado dentro de uma faixa relativamente estreita. Desde maio de 2023, as médias mensais vêm variando entre R$ 3,81 e R$ 4,24 por libra-peso. A estabilidade nos valores reflete uma combinação entre demanda sólida e oferta controlada, influenciada por contratos e cenário externo favorável.
Em abril, a média nominal dos preços do algodão no Brasil alcançou R$ 4,2414/lp, o maior patamar registrado desde abril de 2023, quando foi registrada média de R$ 4,3115/lp. Quando atualizados pelo IGP-DI de março de 2025, os valores reais indicam que essa é a maior média desde julho de 2024, que registrou R$ 4,3021/lp.
A perspectiva para os próximos meses depende do comportamento do mercado externo e do volume de novos contratos. Caso o ritmo das exportações se mantenha elevado e as cotações internacionais sigam firmes, é provável que os preços internos continuem sustentados. A atenção agora se volta para a próxima safra e para o comportamento da indústria diante desse cenário de oferta restrita.