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Brasil deve colher 171,5 milhões de toneladas de soja nesta safra

Ajuste positivo reflete as elevadas produtividades registradas em MT, GO, MG e BA



Foto: Pixabay

A produção de soja no Brasil deve atingir um patamar recorde na safra 2024/25, alcançando 171,5 milhões de toneladas, conforme a nova estimativa da Hedgepoint Global Markets. O volume representa um incremento de 700 mil toneladas em relação à previsão de janeiro. Segundo Luiz Fernando Roque, coordenador de Inteligência de Mercado da consultoria, o ajuste positivo reflete as elevadas produtividades registradas em Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Bahia, impulsionadas pelo clima favorável desde o início das chuvas em outubro de 2024.

Impacto do clima e compensação de perdas
Enquanto esses estados tiveram condições climáticas benéficas para o desenvolvimento da soja, outras regiões enfrentaram desafios. Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul sofreram com a estiagem, especialmente em janeiro, o que levou a revisões para baixo nas estimativas de produtividade nessas áreas.

Apesar dessas adversidades, a média nacional continua elevada, com os bons desempenhos de outros estados compensando as perdas regionais. Contudo, o clima nas próximas semanas ainda pode influenciar o resultado final, especialmente no Rio Grande do Sul, onde a colheita se intensifica em março.

"Até a última sexta-feira (14), 27% da safra brasileira já havia sido colhida. Esse ritmo é um pouco inferior ao do ano passado (29%), mas está acima da média das últimas cinco safras (25%), indicando uma recuperação dos atrasos iniciais", destaca Luiz Fernando Roque.

Análise de vegetação reforça otimismo em estados-chave
A avaliação dos índices de diferença normalizada de vegetação (NDVI) confirma a boa produtividade em Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais, onde os indicadores ficaram acima da média, demonstrando lavouras bem desenvolvidas.

No Rio Grande do Sul, os dados do NDVI sugerem um crescimento menos vigoroso das plantas em comparação com anos anteriores. No entanto, a recente melhora climática ajudou a aproximar os índices do padrão esperado, reduzindo parte das preocupações quanto a uma quebra severa da safra no estado.

Safra avança, mas clima preocupa no Sul
De acordo com dados da Conab, até 16 de fevereiro, 28,7% das lavouras estavam na fase de enchimento de grãos, com concentração no Rio Grande do Sul. Além disso, 7,4% ainda estavam em floração e 2,1% seguiam em desenvolvimento vegetativo, reforçando a necessidade de acompanhamento climático para garantir o pleno potencial produtivo.

Os mapas meteorológicos indicam tempo seco entre 20 e 26 de fevereiro, favorecendo a colheita na região central do Brasil. No entanto, a falta de chuvas no Sul pode agravar as condições das lavouras gaúchas.

Já entre 27 de fevereiro e 5 de março, a umidade retorna ao Rio Grande do Sul e ao norte do Mato Grosso. Entretanto, chuvas intensas na Região Norte podem dificultar a colheita e o transporte da safra para os portos do Arco Norte, afetando a competitividade da soja brasileira no mercado internacional. "Além disso, a combinação de temperaturas elevadas e baixa umidade nos próximos 14 dias pode comprometer ainda mais as lavouras no Rio Grande do Sul. Para março, a previsão segue apontando baixos índices de precipitação na região, o que aumenta o risco de perdas produtivas", finaliza Luiz Fernando Roque.

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