Gado zebu na mira do exterior
85ª Expozebu espera aumento no volume de negócios
Sendo um país predominantemente tropical, o Brasil oferece boas condições para o desenvolvimento das raças zebuínas, tanto para gado de corte como de leite. O gado Nelore responde por 80% do gado de corte brasileiro, principalmente pela rusticidade, capacidade de aproveitar alimentos grosseiros e transformar em fibras.
Do dia 27 de abril ao dia 5 de maio criadores e visitantes vão poder conferir as novidades do setor na 85º Expozebu, que acontece em Uberaba, no Triângulo Mineiro. A feira é uma das maiores de exposição pecuária do país. A expectativa reflete o otimismo e o clima de recuperação que o setor vive. Os números indicam que a expectativa é de superar 2018 em todos os patamares. Em relação a público são esperados 300 mil visitantes. Em faturamento a meta é de R$ 200 milhões (ano passado foram R$ 170 milhões). O espaço comercial aumentou em mais de 10% e 100% das áreas já estão locadas o que aumenta a participação de setores e o portfólio da feira. O diretor comercial da Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ), organizadora do evento, João Gilberto Bento, comemora. “São esperados desde expositores tradicionais de sêmen e embriões, até a parte de mensuração e balanças novidades em biotecnologia, novas soluções para pecuária, controle biológico de pragas e inoculação de sementes, implementos e máquinas”, completa.
Cerca de 2 mil animais estão inscritos. A raça Girolando, responsável por 80% da produção de leite brasileiras, entra pela primeira vez na pista de julgamento. Estão inscritos 120 exemplares de vários criatórios do país. “Vamos estrear na consagrada ExpoZebu com a certeza de que temos muito a contribuir para a pecuária nacional; afinal, o Gir Leiteiro é um dos pilares do Girolando. Queremos mostrar durante o evento toda da eficiência e qualidade da genética da raça, que tem como diferencial sua elevada produção mesmo em regiões tropicais”, assegura o presidente da entidade Luiz Carlos Rodrigues.
Negócios estrangeiros
Quarenta países, em sua maioria da América Latina e África, confirmaram presença. O número é superior às outras edições, o que sinaliza a possibilidade de bons negócios para criadores e expositores. O Brazilian Cattle fundado pela ABCZ e Apex, departamento internacional que já existe há 15 anos, fomenta a relação de empresas brasileiras com outros países. O programa tem 70 empresas de sementes, forrageiras, balança, genética, máquinas e equipamentos ebiotecnologia como inoculantes e fixadores de nitrogênio. “Os estrangeiros buscam muito animais em pé e genética além de coisas que, para um país desenvolvido na pecuária como o Brasil, parecem simples mas que para alguns países é difícil de encontrar, como arame liso, por exemplo. Eles levam a genética mas acabam levando todo o nosso pacote da pecuária. Obviamente impacta também na carne. Eles não são curiosos. Eles visam o negócio aqui”, explica Bento.
O Brasil tem cerca de 22 mil criadores de gado zebu. O setor também sofreu reflexos da crise econômica. Parte dos investidores que vinham da indústria e comércio tiveram retração devido ao impacto no negócio principal. Mas pela pecuária ter se mantido favorável, principalmente, em relação à exportações, com diminuição no valor mas não na liquidez, Bento afirma que o momento é de recuperação.” No auge tivemos 45 leilões, ano passado foram 28, este ano 35. Isso mostra que o bom momento está voltando”, completa.