Março sob efeito do La Niña: calor intenso e chuvas irregulares
Temperaturas devem ficar elevadas em praticamente todo o território nacional
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O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgou a previsão climática para março de 2025, destacando variações nas condições de chuva e temperatura em todas as regiões do país. O mês será marcado por um padrão climático influenciado pelo fenômeno La Niña, que ainda mantém influência sobre o clima brasileiro. Enquanto algumas áreas podem registrar chuvas acima da média, outras tendem a enfrentar períodos de estiagem. Além disso, as temperaturas devem ficar elevadas em praticamente todo o território nacional, o que pode intensificar a sensação de calor, principalmente nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste.
Norte terá chuvas acima da média, mas calor continua
Para a Região Norte, o Inmet prevê chuvas dentro ou acima da média histórica, especialmente no Amazonas, Acre, Pará e Amapá. Esse cenário se deve à atuação da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), que deve manter os volumes elevados de precipitação nessas áreas. As pancadas de chuva podem ocorrer de forma intensa, acompanhadas de trovoadas e ventos fortes, aumentando o risco de alagamentos e deslizamentos em áreas vulneráveis.
Apesar do volume de chuvas significativo, as temperaturas devem permanecer elevadas, dentro ou ligeiramente acima da média. Isso ocorre porque, mesmo com a alta umidade, a cobertura de nuvens não será suficiente para amenizar o calor intenso típico da região. Estados como Rondônia e Tocantins devem enfrentar dias consecutivos de altas temperaturas, com sensação térmica ultrapassando os 35°C.
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Nordeste pode ter chuvas isoladas e calor acima da média
A previsão indica um comportamento climático distinto no Nordeste. No centro-oeste da região, que abrange áreas do Maranhão, Piauí e parte do Ceará, os volumes de chuva devem ficar acima da média, garantindo um alívio momentâneo para agricultores que dependem das precipitações. No entanto, no restante do Nordeste, principalmente em áreas do interior da Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte, os acumulados pluviométricos podem ser bastante reduzidos, inferiores a 20 mm ao longo do mês.
Com pouca chuva, as temperaturas na região devem ficar bem acima da média, especialmente no sertão nordestino, onde os termômetros podem ultrapassar os 38°C. O calor intenso e a baixa umidade do ar podem aumentar a incidência de queimadas e prejudicar culturas agrícolas sensíveis ao déficit hídrico.
Centro-Oeste terá pancadas de chuva, mas calor persistente
No Centro-Oeste, o mês de março deve apresentar um padrão climático típico da estação chuvosa, com pancadas de chuva intercaladas por períodos de forte calor. Os acumulados previstos variam entre 30 e 60 mm na maior parte da região, com possibilidade de volumes acima de 80 mm no sudoeste do Mato Grosso do Sul e no centro-sul de Goiás.
Apesar das chuvas, as temperaturas continuarão elevadas, com médias acima dos 24°C. O calor deve ser mais intenso em Mato Grosso e no oeste do Mato Grosso do Sul, onde a sensação térmica pode ultrapassar os 40°C em alguns dias. Essa combinação de calor e umidade pode favorecer a formação de temporais localizados, acompanhados de rajadas de vento e descargas elétricas.
Sudeste terá chuvas abaixo da média e calor persistente
A previsão para o Sudeste indica um mês de março com chuvas próximas ou abaixo da média. O acumulado mensal não deve ultrapassar os 160 mm em grande parte da região, o que pode impactar o nível de reservatórios que abastecem cidades como São Paulo e Belo Horizonte.
No entanto, algumas áreas específicas, como o sul de Minas Gerais e o leste de São Paulo, podem registrar volumes de chuva um pouco maiores, superando os 50 mm em algumas localidades. Mesmo assim, as temperaturas devem permanecer acima da média, com dias quentes e abafados. No interior paulista e no Triângulo Mineiro, os termômetros podem marcar temperaturas superiores a 35°C.
Região Sul terá chuvas irregulares e temperaturas elevadas
A previsão para a Região Sul aponta para um mês de março com chuvas próximas ou abaixo da média. No entanto, algumas áreas do norte do Rio Grande do Sul e da faixa central e leste de Santa Catarina podem registrar acumulados acima de 130 mm, especialmente em eventos pontuais de chuva forte.
As temperaturas seguirão elevadas, com máximas superiores a 30°C na maior parte da região. Esse padrão pode gerar impactos na agricultura, especialmente para culturas como milho e soja, que dependem de umidade adequada para o desenvolvimento final antes da colheita.
Influência do La Niña segue afetando o clima brasileiro
De acordo com o Inmet, o fenômeno La Niña ainda mantém influência sobre o clima no Brasil, com uma probabilidade de 59% de persistência durante o trimestre fevereiro-março-abril de 2025. Esse resfriamento anômalo das águas do Oceano Pacífico contribui para mudanças nos padrões de chuva e temperatura, afetando principalmente as regiões Norte e Nordeste.