Chuvas impactam safra de grãos na Argentina
A colheita de girassol alcançou 21,6% da área apta
As precipitações também dificultaram a colheita do milho - Foto: Dirceu Gassen
A Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA) informou que as recentes chuvas intensas provocaram excessos hídricos no oeste e sul da área agrícola da Argentina, enquanto o nordeste da região permanece em situação de seca. O impacto sobre a soja tem sido contrastante: no Chaco e norte de Santa Fé, o estresse termo-hídrico resultou em perdas de plantas e redução no potencial produtivo da soja de primeira, enquanto nos núcleos produtivos as chuvas favoreceram o enchimento de grãos. Já a soja de segunda apresenta boas condições hídricas em 80% das lavouras, mantendo a projeção de safra em 49,6 milhões de toneladas.
As precipitações também dificultaram a colheita do milho, que avançou apenas 1,4 ponto percentual na última semana, atingindo 8,1% da área total. Apesar disso, o rendimento médio de 78,8 sacas por hectare supera a safra anterior em 5,1 p.p. Os plantios tardios tiveram recuperação significativa em Córdoba e Buenos Aires, embora algumas áreas tenham sofrido anegamentos. No entanto, a falta de chuvas no centro-norte de Santiago del Estero e no Chaco prejudica a produção nessas regiões, mantendo a estimativa de colheita em 49 milhões de toneladas.
A colheita de girassol alcançou 21,6% da área apta, com atrasos significativos devido às chuvas, que dificultaram a entrada de máquinas e aumentaram a incidência de doenças. Além disso, foram observados problemas de brotamento de grãos. Apesar disso, algumas áreas do sul avançaram na colheita com bons resultados.
Por fim, a colheita de sorgo avançou lentamente nos últimos quinze dias, atingindo 8,8% da área estimada, com rendimento médio de 36,1 sacas por hectare. A falta de chuvas no NEA e no Centro-Norte de Santa Fé prejudicou os cultivos precoces e já afeta os tardios. No centro da área agrícola, os rendimentos são bons, cerca de 55 sacas por hectare, mas há relatos de brotamento excessivo devido ao excesso de umidade, o que pode dificultar a colheita. A projeção de produção do cereal permanece em 3,3 milhões de toneladas.
