Bioinsumos: o futuro sustentável da agricultura brasileira
O mercado global de bioinsumos segue em expansão

Segundo Raizza Zorman Marques, pesquisadora do Instituto SENAI de Tecnologia em Meio Ambiente e Química, os desafios enfrentados pela agricultura, como secas, pragas e doenças, tradicionalmente são combatidos com fertilizantes sintéticos e agrotóxicos. No entanto, o uso excessivo desses produtos pode causar impactos ambientais e riscos à saúde.
“Secas, chuvas intensas, deficiências nutricionais, plantas daninhas, pragas, doenças... esses desafios fazem parte do dia a dia do produtor rural. Durante muito tempo, a principal estratégia para garantir a produtividade frente a essas adversidades foi o uso intensivo de fertilizantes sintéticos e agrotóxicos. Mas será essa a melhor solução?”, comenta.
Diante dessa realidade, cresce a busca por alternativas mais sustentáveis, e os bioinsumos se destacam como uma solução inovadora. Esses produtos biológicos, como microrganismos e extratos vegetais, melhoram a saúde dos cultivos reduzindo a dependência de insumos químicos, promovendo um modelo de produção mais equilibrado e ambientalmente responsável.
O mercado global de bioinsumos segue em expansão, movimentando cerca de US$ 13 bilhões na safra 2023/2024 e projetando crescimento anual entre 13% e 14%. O Brasil lidera esse segmento, com mais de 50% dos produtores adotando essa tecnologia em lavouras como soja, milho e cana-de-açúcar. Entre os principais bioinsumos, destacam-se os biofertilizantes, que enriquecem o solo, os bioestimulantes, que potencializam o crescimento das plantas, os inoculantes, que facilitam a fixação de nitrogênio, e os agentes biológicos de controle, que combatem pragas sem agredir o meio ambiente.
A recente Lei nº 15.070/2024, conhecida como Lei dos Bioinsumos, estabelece um marco regulatório que separa esses produtos dos agrotóxicos, garantindo normas específicas de qualidade, segurança jurídica e incentivo à pesquisa. Esse avanço fortalece a indústria de biológicos, impulsionando a inovação e abrindo novas oportunidades para o agronegócio brasileiro. Além disso, a legislação fomenta a colaboração entre universidades, centros de pesquisa e empresas privadas, criando um ambiente favorável ao desenvolvimento tecnológico.