Mercado de feijão enfrenta pressão de preços
Essa pressão tende a ser temporária

O mercado de feijão no Brasil atravessa uma semana de desafios, com produtores enfrentando ofertas abaixo dos valores considerados razoáveis, segundo análise divulgada pelo Instituto Brasileiro de feijão e Pulses (IBRAFE) no Clube Premier da entidade, com dados até 16 de abril de 2025. A situação envolve tanto o feijão-carioca quanto o feijão-preto, exigindo atenção redobrada dos produtores e iniciativas coordenadas para garantir preços justos.
No caso do Feijão-carioca, produtores de Minas Gerais e Goiás relatam propostas inferiores a R$ 250 por saca, apesar de estarem comercializando produtos de qualidade, devidamente armazenados em câmaras frias. O valor justo de mercado gira em torno de R$ 270 a R$ 280. A principal causa da queda é a semana atípica com feriado, que reduziu o volume de negócios e abriu espaço para ofertas especulativas por parte de compradores oportunistas, aproveitando-se da baixa liquidez momentânea no varejo.
Já no segmento do Feijão-preto, há um movimento crescente para que a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) atue conforme a legislação vigente, garantindo o cumprimento do preço mínimo estabelecido de R$ 152 por saca. O setor produtivo solicita a ativação de instrumentos como AGF (Aquisição do Governo Federal) e EGF (Empréstimo do Governo Federal), com o objetivo de proteger os produtores frente a preços predatórios e assegurar maior equilíbrio no mercado.
A expectativa dos especialistas é que a pressão sobre os preços do Feijão-carioca seja temporária e que, com o fim do feriado e a retomada das atividades no varejo, ocorra uma recuperação gradual. Para o Feijão-preto, o sucesso da campanha junto à CONAB poderá trazer maior estabilidade, reforçando o papel regulador do Estado.