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Estados dos EUA pressionados  para manter glifosato 

A estratégia surge em meio a pressões financeiras significativas



Em busca de alternativas para aliviar sua situação financeira, a Bayer também deve apelar aos acionistas Em busca de alternativas para aliviar sua situação financeira, a Bayer também deve apelar aos acionistas - Foto: Divulgação

A Bayer está intensificando sua atuação política nos Estados Unidos em uma tentativa de conter os crescentes litígios envolvendo o herbicida glifosato, defendido como essencial para a agricultura moderna. Segundo o CEO da companhia, Bill Anderson, a empresa está dialogando com legisladores estaduais para modificar regulamentações sobre rotulagem de pesticidas e, assim, garantir maior proteção jurídica contra alegações de que o produto causa câncer. Geórgia e Dakota do Norte já aprovaram leis nesse sentido, aguardando apenas a sanção dos governadores.

A estratégia surge em meio a pressões financeiras significativas. Desde a aquisição da Monsanto por US$ 63 bilhões em 2018, a Bayer viu suas ações despencarem mais de 70%, enquanto se viu envolvida em cerca de 67 mil processos judiciais nos EUA relacionados ao Roundup, seu herbicida à base de glifosato. A empresa já desembolsou cerca de US$ 10 bilhões em acordos e mantém US$ 5,9 bilhões reservados para litígios em andamento.

Apesar do esforço para manter o produto no mercado, Anderson admitiu durante a assembleia anual de acionistas, prevista para 25 de abril, que a Bayer pode ser forçada a interromper a venda do Roundup nos EUA. "Estamos nos aproximando de um ponto em que o setor de litígios pode nos forçar a parar de vender este produto vital", afirmou o executivo. A empresa voltou a peticionar a Suprema Corte dos EUA para limitar as alegações legais de que o glifosato causa câncer, buscando frear potenciais danos bilionários.

Em busca de alternativas para aliviar sua situação financeira, a Bayer também deve apelar aos acionistas para apoiar um aumento de capital de até 35%, estimado em cerca de 8 bilhões de euros. A medida visa garantir flexibilidade para enfrentar os litígios e preservar sua classificação de crédito, embora a companhia afirme que recorrerá à emissão de ações apenas se for estritamente necessário. Anderson reconheceu que 2025 será "o ano mais difícil da nossa recuperação", com expectativa de retomada do crescimento apenas em 2026.
 

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