Gengibre padrão exportação
Cada vez mais utilizado na culinária, ele também é muito procurado para cosméticos, bebidas e medicamentos
Agricultores familiares do município de Aimorés, Leste de Minas Gerais, apostam em um novo cultivo: o gengibre. No estado o cultivo ainda é pequeno e vem servindo para diversificação para o café. O maior produtor do país é o Espírito Santo, que exporta boa parte da safra. E é isso que os bons resultados mineiros têm incentivado.
O gengibre é originário da fronteira da Índia com a China e chegou ao Brasil trazido pelos portugueses menos de um século após o descobrimento. Medicinal, termogênico, ajuda a emagrecer, tratar problemas digestivos, auxiliar da imunidade e cada vez mais utilizado na culinária por seu aroma e sabor picante. Também é muito procurado pela indústria de cosméticos, bebidas e medicamentos.
Em Aimorés o primeiro plantio foi feito no ano passado e toda a produção está sendo exportada para a Europa e os Estados Unidos. “A exploração de gengibre é mais uma diversificação para geração de renda e incentivo ao produtor continuar no meio rural, evitando a migração para os grandes centros”, explica o técnico da Emater-MG, Wagner de Lima Mendes.
A fertilidade do solo, a altitude entre 700 e 900 metros e o clima da região, com calor de dia e temperatura amena a noite, favorecem o bom desenvolvimento do gengibre. A colheita do gengibre começa cerca de sete meses depois do plantio das mudas. Em regiões onde a cultura já está consolidada, a produção é quase ininterrupta, já que ele pode ser colhido tanto verde, quanto maduro. Em um hectare podem ser colhidas de cinco mil caixas ou mais de gengibre. Um desafio é a fusariose, doença que ataca as plantas.
O cafeicultor Iran Carlos Oliveira faz parte do grupo que está plantando gengibre no município. Ele foi ao Espírito Santo para conhecer a cultura, ficou interessado e resolveu apostar na atividade. Após a primeira colheita no início deste ano, não demonstra arrependimento. “O gengibre rende muito em uma pequena área. Em cada metro corrido plantado, a gente colheu uma caixa de gengibre”, diz.
Ele e a esposa colheram 505 caixas de gengibre antes de começar a colheita do café. Agora o produtor passa alguns meses nos cafezais e deve colher mais 500 caixas de gengibre a partir de agosto. Cada caixa de gengibre tem 14 quilos e, pelo acordo firmado, ele recebeu R$ 45 por caixa. “Pode até ser melhor que o café, que nem sempre tem um preço que compensa”, afirma Iran.
*Com informações da Emater-MG