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Produção de milho pode cair 12% no México

Safra de outono/inverno do milho sofre com estiagem



Foto: Canva

O relatório de março da World Agricultural Production (WAP), divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontou que a produção mexicana de milho para a safra 2024/25 deve atingir 23,3 milhões de toneladas métricas. O volume representa uma queda de 400 mil toneladas métricas (2%) em relação ao mês anterior, uma redução de 1% na comparação com o ano passado e uma retração de 12% em relação à média dos últimos cinco anos.

Apesar do aumento na área colhida, a produtividade sofreu impacto negativo, sendo estimada em 6,4 milhões de hectares. O rendimento médio esperado é de 3,67 toneladas por hectare (t/ha), redução de 6% em relação ao mês passado e 5% menor que a safra passada, que já havia sido afetada pela seca. O desempenho abaixo da média histórica reflete as condições climáticas adversas enfrentadas pelo país, especialmente durante o ciclo do milho de outono/inverno.

No México, o  milho é produzido em duas estações: primavera/verão e outono/inverno. A primeira representa 70% da produção anual e, nesta temporada, registrou um aumento na área cultivada, com destaque para o estado de Chiapas, que manteve níveis semelhantes aos do ano anterior. Outros 15 estados, incluindo Oaxaca, Michoacán e Guanajuato, tiveram uma ampliação na colheita. O avanço foi impulsionado pela melhoria na umidade do solo com as chuvas no final de junho, permitindo que mais agricultores semeassem a cultura em comparação à safra anterior.

A safra de outono/inverno, que responde por 30% da produção anual, enfrenta condições desfavoráveis. Cerca de 68% a 72% desse milho é produzido em Sinaloa, onde a estiagem severa e os baixos níveis dos reservatórios prejudicaram as lavouras. Os agricultores, que tradicionalmente utilizavam até quatro ciclos de irrigação, conseguiram fazer apenas uma aplicação de água do reservatório e, em alguns casos, recorreram ao bombeamento de água subterrânea para garantir um segundo ciclo. Com isso, os rendimentos devem ser menores que o habitual, aproximando-se dos níveis registrados em 2006, quando a produtividade caiu para 9,83 t/ha.

O Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI), monitorado via satélite, confirma a redução do vigor das lavouras, reforçando as projeções de queda na produtividade. O plantio da safra de outono/inverno começou em novembro, e a colheita deve ocorrer entre abril e julho.
 

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