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Sojicultor perde com valorização do Real?

Essa estratégia de venda no mercado futuro é considerada mais segura



Essa estratégia de venda no mercado futuro é considerada mais segura Essa estratégia de venda no mercado futuro é considerada mais segura - Foto: Pixabay

Segundo análise da TF Agroeconômica, o agricultor brasileiro já está enfrentando perdas nesta safra devido às tarifas dos EUA sobre a China e à valorização do real frente ao dólar. Embora o país esteja recebendo mais dólares por tonelada de soja (US$ 11,3/t), a conversão para a moeda nacional tem gerado prejuízos, como queda de R$ 1,41 por saca, devido à desvalorização do dólar no mercado externo. Ainda que a demanda chinesa costume migrar para o Brasil entre abril e setembro, há risco de mudanças com um possível acordo entre EUA e China antes de setembro.

"Em linha com o que dissemos na semana passada, a demanda chinesa viria para o Brasil nesta época, entre abril e setembro com ou sem as tarifas de Trump, simplesmente porque é a entressafra americana de soja e plena safra brasileira. Então, as tarifas têm apenas um efeito relativo sobre a soja (seria muito maior se fosse durante a safra americana). O perigo é justamente este intervalo de seis meses em que, depois de idas e vindas, os EUA e China cheguem a algum acordo antes de setembro e as tarifas sejam reduzidas para a próxima temporada”, comenta.

Para a próxima safra, a TF Agroeconômica destaca que as cotações em Chicago continuam oferecendo lucros expressivos, com margens de até 30,38% registradas no fechamento da última sexta-feira. A recomendação é que os produtores aproveitem o momento favorável, mas sem vender no físico. Em vez disso, a orientação é realizar hedge na B3 (Bolsa de São Paulo), que espelha as cotações de Chicago.

Essa estratégia de venda no mercado futuro é considerada mais segura, pois protege o produtor em caso de quebra de safra. Mesmo que não consiga colher o volume total, o ganho na Bolsa ajuda a cobrir parte dos custos, evitando perdas totais como as de quem não faz hedge. O relatório ainda reforça que maio de 2026 já apresentou excelentes oportunidades de lucro para quem acompanhou o mercado.

“Se você colher 100%, ótimo, terá garantido um lucro excelente sobre todo o volume que fez hedge na Bolsa. Se não colher, a Bolsa lhe renderá uma parte do custo que teve para produzir aquelas sacas que a seca consumiu, sobre as quais o seu vizinho, que não fez esta operação, vai perder 100% e você, não”, conclui.
 

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