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Expodireto: como tornar mais rentável a produção de erva-mate

Erva-mate gaúcha é tema central do 17º Fórum Florestal



Foto: Divulgação

O 17º Fórum Florestal, realizado na Expodireto Cotrijal 2025, debateu estratégias para valorizar a erva-mate do Rio Grande do Sul, além da geração de créditos de carbono. Durante o evento, foi anunciado um concurso que premiará a maior árvore da espécie no estado.

O vice-presidente da Cotrijal, Enio Schroeder, destacou a relevância da preservação ambiental e o impacto da iniciativa. “O Fórum Florestal tem uma grande importância porque ele mexe com tudo aquilo que nós gostamos e necessitamos. Nós precisamos tanto que as florestas e a natureza sejam preservadas, e o fórum tem esse propósito, com pessoas que trabalham muitas vezes no anonimato, mas que fazem uma diferença enorme”, afirmou.

A coordenadora do Polo Ervateiro do Nordeste Gaúcho e presidente da Apromate, Selia Felizari, anunciou a concessão do Registro de Indicação Geográfica “Erva-mate Região de Machadinho” pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). “Esse registro foi feito em 4 de fevereiro. Trata-se da valorização da erva-mate e o reconhecimento da própria colonização daquela região, uma vez que os descendentes de imigrantes italianos chegaram até aquele local em busca do ‘ouro-verde’, que era a erva-mate que existia na mata-nativa junto aos pinhais”, explicou.

Os estudos para o reconhecimento tiveram início em 2014, resultando no registro da cultivar Cambona 4 no Ministério da Agricultura e Pecuária. Segundo Selia, a iniciativa busca conciliar produção e sustentabilidade. “Não colocamos erva-mate na mata, trazemos outras espécies de plantas nativas para dentro do erval. Por exemplo, na área que se plantava soja é feito um erval com outras espécies nativas. E a produtividade é ótima porque essa terra já está pronta e é de fácil manejo e colheita. Comparada à soja, a erva-mate é mais rentável se bem manejada”, relatou.

A Apromate reúne 591 produtores e espera que a nova certificação amplie a valorização do produto, impulsione o turismo e expanda mercados. Os principais importadores da erva-mate gaúcha são Uruguai, Síria, Estados Unidos e países europeus.

Outro tema abordado no fórum foi a geração de créditos de carbono a partir do cultivo da erva-mate. O engenheiro agrônomo Gabriel Dedini, da Fundação Solidaridad, apresentou um projeto que conecta a produção agrícola ao sequestro e remoção de carbono. “Essa proposta vem sendo construída ao longo dos últimos cinco anos, quando a gente começou a trabalhar aqui no Sul do Brasil com a cultura ervateira, desenvolvendo toda uma perspectiva de arranjos, vinculados ao modelo de agricultura de baixo carbono, orientado por uma agricultura mais inclusiva via assistência técnica responsável e dentro de uma perspectiva de continuidade ao longo dos anos”, explicou.

A iniciativa busca estruturar uma rede de produção sustentável, promovendo a erva-mate no mercado internacional e gerando pagamentos por serviços ambientais. Dedini afirmou que há sinais de investimento na ordem de milhões de euros para implementação do projeto em três polos ervateiros do estado.

No encerramento do evento, foi lançado o concurso “Árvores Gigantes do Rio Grande do Sul – 2025: o ano da erva-mate”. O professor da Universidade de Passo Fundo (UPF), Jaime Martinez, explicou que a competição tem o objetivo de identificar a maior árvore da espécie Ilex paraguariensis no estado. “O concurso busca despertar nos proprietários rurais o interesse sobre os ambientes florestais e as espécies florestais que estão dentro da sua propriedade. Então, através de uma competição fraterna, vamos buscar identificar aquilo que a gente chama de árvores gigantes, que são aquelas árvores que conseguiram viver por muito tempo e, por consequência, possuem uma carga genética resistente ao clima, doenças e pragas”, afirmou.

As inscrições serão feitas nos escritórios da Emater/RS, e o resultado será divulgado no Dia da Árvore, em 21 de setembro de 2025. A coordenação do concurso ficará a cargo do Laboratório de Manejo da Vida Silvestre (LAMVis) da UPF, com apoio da Emater/RS e participação de entidades do setor ervateiro.

O Fórum Florestal foi promovido por Emater/RS, Cotrijal, Programa Gaúcho para a Qualidade e Valorização da Erva-Mate, Governo do Estado do Rio Grande do Sul, Embrapa Florestas, Sindimate/RS, Sindimadeira/RS, Ageflor, Ibramate e Apromate.

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