Mercado de trigo segue pressionado no Sul
No Paraná, o mercado ainda opera lentamente após as festividades de fim de ano
Segundo informações da TF Agroeconômica sobre o mercado de trigo, divulgadas nesta semana, os moinhos do Rio Grande do Sul enfrentam dificuldades para equilibrar as contas, mesmo com um aumento consolidado de 5% a 7% nos preços das farinhas. A maioria dos compradores está fora do mercado ou oferece preços que não remuneram adequadamente os custos, comprometendo a lucratividade. Números apresentados a moinhos gaúchos confirmam essa situação, com moagem reduzida e desafios para viabilizar operações rentáveis.
Em Santa Catarina, as cooperativas continuam recebendo os últimos lotes da colheita local, mas os preços pedidos são superiores aos do trigo do RS CIF. O farelo de trigo segue com alta procura, mas a moagem insuficiente faz com que alguns clientes não sejam atendidos. Os preços pagos aos triticultores catarinenses mantiveram-se estáveis, variando entre R$ 68,00 e R$ 73,00 por saca, dependendo da região. Apesar disso, há expectativas de estabilidade ou leve queda nos preços do cereal nas próximas semanas.
No Paraná, o mercado ainda opera lentamente após as festividades de fim de ano. As pedidas dos vendedores estão distantes das possibilidades dos compradores, com preços que giram em torno de R$ 1.500/t no norte do estado, enquanto o oeste e sudoeste apresentam valores menores. Importações de trigo argentino devem reforçar a oferta nas próximas semanas, com três navios previstos para descarregar 88.610 toneladas no porto de Paranaguá.
Apesar dos desafios, o lucro médio do triticultor no Paraná recuou levemente para 5,42%, segundo o Deral. Esse cenário reflete um mercado em busca de equilíbrio, com produtores e compradores enfrentando incertezas quanto à demanda e à competitividade dos preços frente às importações e ao trigo de outras regiões.