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Clima irregular prejudica pastagens

Produtores gaúchos buscam soluções para forragem


Foto: Sheila Flores

O desenvolvimento das pastagens no Rio Grande do Sul tem enfrentado oscilações climáticas que impactam diretamente a produção. Segundo o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, divulgado na última quinta-feira (29), o calor e a umidade favoreceram o crescimento das pastagens, mas o retorno do frio e das chuvas trouxe danos por pisoteio, especialmente em áreas com pouca massa verde. As pastagens nativas e perenes de verão sofreram com a escassez de forragem devido às baixas temperaturas e geadas registradas em agosto.

De acordo com o informativo, na região administrativa de Bagé, em Uruguaiana, foi necessária a semeadura de pastagens de inverno para compensar a falta de forragem na primavera. O crescimento dos campos nativos foi limitado pela baixa luminosidade, e várias áreas enfrentam alagamentos. Em Caxias do Sul, a umidade permitiu a adubação nitrogenada, beneficiando cultivos de aveia e azevém, mas as queimadas de campo intensificaram-se, gerando fumaça e novos brotos em áreas afetadas pelas geadas recentes. Na região de Erechim, as condições climáticas desfavoráveis afetaram as pastagens de verão, levando os produtores a recorrer à suplementação com silagem e rações. No entanto, as pastagens anuais de inverno, como aveia e azevém, tiveram bom desenvolvimento, permitindo manejo adequado e produção de pré-secado.

Em Frederico Westphalen, a melhora das pastagens de inverno, impulsionada pelo aumento de sol e redução de chuvas, está ocorrendo, embora apresentem perda de qualidade nutricional. Os cereais de inverno para pastejo e silagem têm se beneficiado das condições climáticas mais favoráveis. Na região de Passo Fundo, apesar de geadas pontuais, as pastagens estão em desenvolvimento e recebem adubações e tratamentos fitossanitários, especialmente para cultivos de trigo destinados à silagem. A recuperação das pastagens nativas é aguardada para as próximas semanas.

Em Ijuí, as forrageiras anuais de inverno registram queda na produção de massa verde, enquanto os cultivos de trigo para pastoreio e azevém tetraploides estão em crescimento. As forrageiras perenes de verão mostram queimaduras foliares devido às geadas. Na região de Lajeado, a oferta de forragem melhorou com o uso de azevém e trigo de pastejo, mas ainda é insuficiente, obrigando o uso de volumosos conservados. Em Pelotas, as pastagens foram prejudicadas por chuvas excessivas, frio intenso e baixa luminosidade, levando os produtores a depender de concentrados e silagem para compensar a lenta recuperação.

No caso de Santa Maria, o retorno das chuvas beneficiou tanto as pastagens nativas quanto as cultivadas, com impactos leves das geadas apenas em áreas baixas. Já em Santa Rosa, a combinação de boa luminosidade e chuvas regulares favoreceu o desenvolvimento das forrageiras de inverno, como aveia, azevém, trigo de duplo propósito e sobressemeadura em áreas de tífton. Em Soledade, as pastagens de inverno começaram a retomar o crescimento, mas, no Baixo Vale do Rio Pardo, o desenvolvimento ainda é incipiente devido às condições climáticas adversas.

A instabilidade climática no Rio Grande do Sul tem imposto desafios aos produtores, que precisam adaptar suas estratégias de manejo e recorrer a alternativas de suplementação para manter a alimentação dos animais, especialmente diante de danos causados por geadas e chuvas intensas.

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