Trigo no Brasil: preços firmes e plantio acelerado
Preços do produto de qualidade superior se mantêm estáveis
No Brasil, enquanto o plantio do trigo caminha para o final, os preços do produto de qualidade superior se mantêm estáveis. A média gaúcha fechou a semana em R$ 68,76/saco, enquanto no Paraná os preços oscilaram entre R$ 75,00 e R$ 76,00/saco. De acordo com a análise da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (CEEMA), o mercado nacional do cereal vem aumentando a demanda pelo trigo de qualidade superior à medida que a entressafra avança, porém a oferta é curta. Além disso, com a retomada da desvalorização do Real, a importação voltou a ficar mais cara nos últimos dias.
Quanto ao plantio, o processo está encerrado no Paraná, enquanto atingia 85% no dia 18/07 no Rio Grande do Sul, contra a média histórica de 93% para esta data. Agora, o clima é o grande foco de atenção no sul do país, já que o trigo é uma cultura bastante suscetível às variações climáticas. Os custos de produção no RS estão elevados, sendo que na região de Bagé os agentes financeiros disponibilizaram R$ 3.150,00/ha para custeio das lavouras, exigindo produtividade de 45 sacos/ha para cobrir os custos, além dos encargos financeiros, das despesas com seguro e arrendamento. Essa realidade, com algumas variações, está presente em todo o estado gaúcho.
No Paraná, segundo o Deral, com a conclusão do plantio, confirma-se uma área final de 1,15 milhão de hectares, representando um recuo de 19% em relação ao ano anterior. Na virada da semana, 66% das lavouras apresentavam boas condições, 23% estavam em situação média e 11% em condições ruins.
Para 2024, a Conab espera uma área de 3,07 milhões de hectares semeada no Brasil, com uma produtividade média de 2.917 quilos/hectare (48,6 sacos/hectare). Com o clima favorável até o final da safra, a expectativa é de uma colheita nacional de trigo de 8,96 milhões de toneladas, contra 8,1 milhões na safra passada.