Hortifrútis: calor intenso desafia produção em 2025
Setor de hortifrúti enfrenta desafios climáticos crescentes
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De acordo com a publicação feita pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), o setor de hortifrúti enfrenta desafios climáticos crescentes e deve se preparar para um cenário de temperaturas elevadas nos próximos anos. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), 2024 foi o ano mais quente desde 1961, marcado por eventos extremos como inundações no Rio Grande do Sul, ondas de calor no inverno e secas prolongadas no Sudeste e Centro-Oeste.
Segundo Fábio Marin, professor da Esalq/USP e especialista em agrometeorologia, os produtores precisam buscar alternativas para lidar com as mudanças climáticas. Em entrevista à revista Hortifruti Brasil, do Cepea/Esalq/USP, ele alertou: "Temos que batalhar para nos adaptar a esse processo, pois as temperaturas não vão parar de subir."
No primeiro semestre de 2024, o setor foi prejudicado por condições climáticas adversas, afetando a produtividade de diversas culturas. Já na segunda metade do ano, as temperaturas acima da média e um inverno menos rigoroso favoreceram a horticultura irrigada, resultando em excedentes de produção. Com isso, os preços dos hortifrútis começaram 2025 mais baixos em comparação com janeiro de 2024. Apesar do retorno das chuvas no fim do ano, a safra de verão 2024/25 trouxe uma oferta elevada, pressionando os preços das hortaliças, conforme dados dos Cepea.
O Cepea apontou que no caso das frutas, as culturas perenes — cujo desenvolvimento coincidiu com os eventos climáticos extremos de 2023/24 — foram as mais afetadas. Já as frutas de ciclo mais curto conseguiram se recuperar ao longo do ano, chegando a excedentes de oferta em alguns períodos.