Cenário atual do mercado de soja no Brasil

Segundo a edição de janeiro do boletim Agro em Dados, divulgado pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), o mercado da soja registrou movimentos distintos entre seus derivados e consolidou uma perspectiva de produção recorde para a safra 2024/25. Entre setembro e dezembro de 2024, os preços do grão de soja mantiveram-se em níveis semelhantes aos de 2023, mas ainda inferiores aos patamares alcançados em 2021 e 2022. Por outro lado, o óleo de soja apresentou uma valorização constante desde junho, impulsionado pela forte demanda interna para a produção de biodiesel.

Enquanto isso, o farelo de soja seguiu uma trajetória de queda nos preços, marcando valores abaixo da média dos últimos três anos, segundo a série histórica do Cepea. Essa desvalorização reflete o aumento na oferta do subproduto, resultante do esmagamento do grão para atender à demanda por óleo de soja.

A previsão para a safra 2024/25 é de números recordes, conforme dados da Conab. O Brasil deve registrar um aumento de 2,6% na área plantada e 12,5% na produção de soja, impulsionado pelas condições climáticas favoráveis após um início de plantio incerto em setembro de 2024.

A chuva regular em outubro permitiu a normalização do plantio, afastando preocupações sobre possíveis atrasos que poderiam impactar a janela ideal para o milho safrinha. Com o aumento expressivo na produção, os estoques finais de grãos e farelo de soja também devem crescer, reforçando a oferta doméstica. Apesar disso, as exportações de farelo devem permanecer estáveis, segundo projeções.

O desempenho do mercado de soja reflete o dinamismo da cadeia produtiva brasileira, que alia recordes de produção a um cenário de valorização em produtos estratégicos como o óleo, em função da demanda para biocombustíveis. O setor se mantém como um dos pilares da balança comercial brasileira, com potencial de atender tanto ao mercado interno quanto às exportações, contribuindo para o fortalecimento do agronegócio nacional.