Soja sobe em Chicago: Veja o motivo
A análise aponta que o atraso na colheita brasileira deu suporte aos preços
A soja negociada em Chicago fechou em alta nesta terça-feira, influenciada pelo atraso na colheita brasileira e pela ausência de anúncios de tarifas comerciais no primeiro dia do governo de Donald Trump. Segundo dados da TF Agroeconômica, o contrato de soja para março, referência para a safra brasileira, subiu 3,22%, encerrando a $1067,25 por bushel. O contrato para maio também registrou alta de 3,16%, alcançando $1077,75 por bushel. Outros produtos derivados também tiveram elevações: o farelo de soja para março subiu 4,64% e o óleo de soja teve alta de 0,18%.
A análise aponta que o atraso na colheita brasileira deu suporte aos preços. Conforme a Conab, apenas 1,2% da área de soja foi colhida até o momento, comparado a 4,7% no mesmo período de 2024. Chuvas nas regiões central e nordeste do Brasil têm dificultado os trabalhos no campo. Apesar dos desafios climáticos, destaca-se a agilidade dos produtores brasileiros, que iniciaram o plantio com atraso, mas finalizaram antecipadamente em boa parte dos estados.
Outro fator relevante foi o impacto inicial do governo Trump no mercado. A ausência de anúncios de tarifas no primeiro dia foi vista como positiva, gerando otimismo. No entanto, no final do dia, Trump voltou a mencionar a possibilidade de tarifas de até 25% sobre produtos do Canadá, México, Europa e China. Essa medida poderia afetar a importação de óleo de canola canadense pelos EUA, impulsionando o uso do óleo de soja doméstico, o que foi interpretado como um fator altista para o mercado.
Os operadores permanecem atentos às oscilações que o cenário político pode trazer, aproveitando as oportunidades para realização de lucros. A combinação entre clima adverso no Brasil e incertezas comerciais nos EUA deve continuar impactando os preços nas próximas semanas.