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No Dia Mundial do Café, Brasil reforça protagonismo na produção sustentável e transparência na cadeia do grão

O Brasil é o maior exportador de café do mundo, e também o maior produtor



Foto: Divulgação

Neste Dia Mundial do Café, celebrado em 14 de abril, o setor cafeeiro brasileiro reforça seu protagonismo no mercado global, apoiado em práticas de rastreabilidade e ESG (ambientais, sociais e de governança). A capacidade de comprovar a origem do grão, desde o cultivo até o destino final, tornou-se um diferencial estratégico para o país, sobretudo em um cenário internacional mais rigoroso e exigente.

Segundo dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o país exportou 3,287 milhões de sacas de 60 kg em março de 2025, o que representa uma queda de 24,9% em volume frente ao mesmo mês do ano anterior. Apesar da retração, a receita cambial teve forte alta de 41,8%, alcançando US$ 1,321 bilhão no mês. No acumulado da safra 2024/25 (julho a março), o Brasil embarcou 36,885 milhões de sacas, um crescimento de 5% em volume e 58,2% em receita em relação ao mesmo período do ciclo anterior, totalizando um recorde de US$ 11,095 bilhões.

No recorte do ano civil, de janeiro a março, as exportações somaram 10,707 milhões de sacas – recuo de 11,3% em relação ao primeiro trimestre de 2024. Por outro lado, a receita subiu 54,3%, saltando para US$ 3,887 bilhões, refletindo as cotações elevadas no mercado internacional. “É compreensível a redução no volume de embarques após sairmos de um ano recorde. Além disso, persistem os gargalos logísticos nos portos, o que impacta as remessas e encarece o processo”, explica Márcio Ferreira, presidente do Cecafé.

A tendência de valorização é impulsionada por fatores como a menor oferta global – consequência de extremos climáticos em grandes produtores como Vietnã, Indonésia e o próprio Brasil. Ainda assim, Ferreira alerta para os riscos: “Podemos observar um esfriamento do mercado devido às incertezas causadas pelo tarifaço apresentado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que impactou todas as economias e tem feito os mercados derreterem, inclusive o de café”.

De acordo com informações da Serasa Experian, 95,6% dos produtores brasileiros atuam em conformidade com práticas ESG, e cerca de 75% da produção nacional passa por ferramentas de avaliação de risco desenvolvidas pela empresa. A plataforma Cafés do Brasil, desenvolvida em parceria com o Cecafé, permite rastrear os grãos desde a origem, passando por cooperativas e armazéns, até o destino final. “Essa reputação sólida é essencial para garantir acesso ao crédito e conquistar mercados internacionais mais exigentes”, afirma Marcelo Pimenta, head de Agronegócio da Serasa Experian.

No primeiro trimestre de 2025, os cafés diferenciados – com certificações de sustentabilidade ou qualidade superior – responderam por 26,4% do total exportado, com 2,825 milhões de sacas embarcadas. A receita cambial desse segmento foi de US$ 1,173 bilhão, representando 30,2% da receita total e um salto de 134,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Os principais destinos foram os Estados Unidos, Alemanha, Bélgica, Holanda e Japão.

Os EUA lideraram também o ranking geral de destinos dos cafés brasileiros, com 1,806 milhão de sacas importadas no trimestre (16,9% do total), seguidos por Alemanha, Itália, Japão e Bélgica. O Porto de Santos manteve sua posição como principal canal de saída dos grãos, sendo responsável por 78,5% das exportações no período.

Com uma safra estimada pela Conab em 51 milhões de sacas para 2025/26, o Brasil continua apostando em práticas sustentáveis e transparência para garantir seu protagonismo no cenário mundial. “O produtor que investe em sustentabilidade colhe não só bons frutos, mas também boas oportunidades”, conclui Pimenta.

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