Trigo continua com patamar elevado
Entre os fatores de alta no mercado, destacam-se a falta de umidade

Segundo informações da TF Agroeconômica, os preços do trigo no Brasil continuam em patamar elevado, mesmo com oscilações pontuais. De acordo com a consultoria, os valores registrados pelo CEPEA estão estáveis, mas permanecem bem acima dos níveis observados anteriormente na safra.
No Rio Grande do Sul, existe um espaço de cerca de R$ 200/t entre o preço do trigo local e o trigo importado posto nos moinhos, o que sustenta a recomendação de que os moinhos se cubram ao máximo até setembro. No Paraná, os preços para a próxima safra já se mostram cerca de R$ 300 acima dos registrados no ano passado, proporcionando boa rentabilidade aos produtores.
Entre os fatores de alta no mercado, destacam-se a falta de umidade nas Grandes Planícies dos Estados Unidos, a desaceleração dos embarques no Mar Negro e a incerteza nas lavouras russas, onde oscilações climáticas trazem riscos adicionais. Além disso, o conflito entre Rússia e Ucrânia segue influenciando a dinâmica de preços, e as exportações americanas mostram desempenho positivo para a temporada 2025/2026. No cenário interno, a escassez de trigo no Rio Grande do Sul mantém os preços firmes, apesar da cautela dos compradores.
Por outro lado, alguns fatores de baixa limitam movimentos mais fortes de valorização. A consultoria SovEcon elevou sua estimativa para a safra russa de 2025/2026, embora o volume ainda fique abaixo da temporada anterior. Além disso, a ausência de acordos concretos sobre tarifas nas exportações americanas e a redução do ritmo de moagem no Brasil, por questões econômicas, têm colaborado para estabilizar os preços no mercado interno.
Diante desse cenário, a TF Agroeconômica recomenda que os agentes de mercado acompanhem de perto a evolução climática nas principais regiões produtoras globais e avaliem oportunidades de fixação de preços, principalmente no Paraná, onde a safra nova oferece margens atrativas. No Rio Grande do Sul, a orientação é garantir estoques enquanto persiste a diferença de preços entre o produto nacional e o importado.