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Eleições nos EUA podem agitar mercado de soja

Mercado brasileiro é favorecido, mas volatilidade pode aumentar



Foto: United Soybean Board

O plantio da safra de soja 2024/25 no Brasil está em ritmo crescente, impulsionado pela regularidade das chuvas em grande parte das regiões produtoras. De acordo com dados da Conab, cerca de 18% da área projetada já foi semeada, embora esse número esteja abaixo do ritmo do ano passado. A análise de mercado da Grão Direto destaca que, no Centro-Sul do país, as chuvas devem continuar regulares, o que beneficia o desenvolvimento das lavouras, enquanto no norte do Centro-Oeste as precipitações podem ser menos intensas.

Ainda segundo a Grão Direto, a demanda global segue aquecida. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que foram exportadas 2,1 milhões de toneladas da safra americana 2024/25, sendo 1,3 milhões destinadas à China e 208 mil para o México.

Esse cenário positivo refletiu nos contratos futuros em Chicago. O contrato de janeiro/2025 fechou em US$ 9,98/bushel (+1,53%) e o de março/2025 subiu 1,20%, cotado a US$ 10,09/bushel. A valorização também impactou as cotações da soja brasileira, que acompanharam a alta dos preços internacionais.

A análise da Grão Direto ressalta que as eleições presidenciais norte-americanas, previstas para este fim de semana, trazem um grau elevado de incerteza. A disputa acirrada entre Democratas e Republicanos pode provocar oscilações no mercado cambial. Caso os Democratas vençam, o dólar pode se fortalecer, refletindo uma postura protecionista, com o risco de ressurgimento de uma guerra comercial com a China.

"Ainda que uma nova guerra comercial não tenha a mesma intensidade de 2018, o Brasil pode ser beneficiado, consolidando-se como principal fornecedor de soja para a China", aponta a Grão Direto. No entanto, a Bolsa de Chicago tende a registrar quedas em caso de agravamento das tensões comerciais, afetando diretamente os contratos futuros.

Segundo dados do USDA citados pela Grão Direto, a colheita da safra norte-americana de soja alcançou 81% da área projetada, um avanço significativo em relação aos últimos cinco anos. A expectativa é que o processo se aproxime da conclusão nas próximas semanas. Embora a pressão de colheita sobre os preços futuros já tenha diminuído, o volume produzido seguirá abastecendo países importadores, principalmente a China.

A análise da Grão Direto também destaca pontos importantes no comportamento gráfico dos contratos futuros. O contrato de janeiro/2025 se firmou acima de US$ 9,80/bushel, fechando em US$ 9,97, com potencial para romper a barreira dos US$ 10,10 nos próximos dias. Se esse patamar for superado, o mercado pode buscar a região de US$ 10,30 e fortalecer a tendência de alta.

Por outro lado, em caso de quedas, as cotações podem encontrar suporte nos níveis de US$ 9,90, US$ 9,80 e US$ 9,75, com risco de testar mínimas em US$ 9,55. O câmbio, que encerrou a última semana volátil, também será determinante para o direcionamento dos preços da soja brasileira no curto prazo.

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