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Soja brasileira ganha fôlego com guerra comercial entre EUA e China

Decisão beneficiou diretamente o Brasil



Foto: Abiove

Segundo análise de mercado da Grão Direto, a semana foi marcada por forte volatilidade no mercado de soja, refletindo os impactos da escalada na guerra comercial entre Estados Unidos e China. Na sexta-feira (4), Pequim anunciou aumento de 34% nas tarifas sobre produtos agrícolas americanos, incluindo a soja, praticamente inviabilizando as exportações norte-americanas para o país asiático. A decisão beneficiou diretamente o Brasil, cuja soja se mantém como alternativa mais competitiva para os compradores chineses.

Como reflexo imediato, os prêmios pagos nos portos brasileiros subiram ao longo da semana, mesmo diante da queda de 3,41% nos contratos futuros na Bolsa de Chicago (CBOT), que encerraram cotados a US$ 9,77 por bushel. O mercado interno, por sua vez, sustentou-se com leve valorização. O índice de exportação da Grão Direto iniciou a semana a R$ 133,66 por saca e fechou a R$ 134,10 na sexta-feira.

Contudo, gargalos logísticos e o aumento nos fretes continuam desafiando o escoamento da safra recorde brasileira, limitando o fôlego dos preços internos, mesmo em meio à demanda externa aquecida. Além disso, a queda de 4% nas cotações do óleo de soja — pressionadas pela desvalorização de 7,5% no petróleo — também contribuiu para a pressão negativa sobre a oleaginosa.

Outro fator que movimentou o mercado foi o relatório do USDA divulgado na última segunda-feira, apontando um recuo de 4% na área plantada de soja nos Estados Unidos, para 83,5 milhões de acres. A decisão dos produtores norte-americanos em priorizar o milho foi interpretada como uma tentativa de mitigar os impactos da guerra tarifária, já que o grão é menos exposto ao mercado internacional.

Além disso, o dólar comercial fechou a semana em alta, cotado a R$ 5,83 (+3,85%). A valorização da moeda americana impulsiona a competitividade da soja brasileira no exterior, mas também pressiona os custos de produção, que em grande parte são dolarizados.

O que esperar do mercado da soja?

A semana que se inicia será acompanhada com atenção pelo setor, especialmente com a divulgação do novo relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para 10 de abril. A continuidade das tensões entre Washington e Pequim deve manter os prêmios da soja brasileira em alta. No entanto, o avanço da colheita e a maior oferta interna podem pressionar os preços nos próximos dias.

Além disso, os mercados ficarão atentos aos indicadores econômicos — como o IPCA no Brasil e o CPI nos EUA, ambos previstos para sexta-feira (12). Esses dados poderão influenciar diretamente o câmbio, o que tende a repercutir sobre o comportamento das commodities agrícolas.

A recomendação, segundo a análise da Grão Direto, é de cautela e foco na gestão de margem. Em um cenário de alta volatilidade, garantir boa rentabilidade passa não apenas por observar o preço da saca, mas por estruturar negociações que preservem a saúde financeira da produção. Com as ferramentas digitais da Grão Direto, produtores podem monitorar cotações em tempo real e negociar com segurança, aproveitando janelas favoráveis do mercado.

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