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La Niña acende alerta vermelho para seca e calor no Paraná

América do Sul deverá começar a sentir os efeitos do fenômeno a partir de setembro



Foto: NOAA

Segundo informações da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), a América do Sul deverá começar a sentir os efeitos do fenômeno La Niña a partir de setembro. Este fenômeno, caracterizado pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico, tende a alterar o regime de chuvas no continente. No Paraná, as previsões indicam um cenário preocupante para os produtores rurais, especialmente nas regiões Noroeste, Norte e Norte Pioneiro, onde são esperadas chuvas abaixo da média histórica e temperaturas mais altas.

Durante a live “Panorama climático em ano de La Niña”, promovida pelo Sistema FAEP, o meteorologista Marcelo Seluchi, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), destacou que o fenômeno deve ter intensidade fraca ou moderada até março de 2025. No entanto, a situação já é suficiente para acender o alerta em áreas que já enfrentam seca no estado, com mais de 90% das pastagens e lavouras afetadas.

De acordo com Seluchi, o Norte do Paraná, em particular, está em uma “área de transição”, e a tendência é de que a seca se agrave sem perspectivas de reversão. “Não temos previsão de chuvas acima da média. A situação de seca que está aparecendo na faixa Norte não tem previsão de se reverter”, observou.

Além da má distribuição das chuvas, que devem se concentrar em curtos períodos, o La Niña também pode aumentar a ocorrência de fenômenos extremos, como ondas de calor. Contudo, até meados de setembro, as temperaturas devem permanecer dentro da média, sem causar grandes impactos adicionais à agricultura.

O presidente interino da FAEP, Ágide Eduardo Meneguette, reforçou a importância do planejamento para os produtores rurais diante deste cenário. “É fundamental que nossos produtores considerem o seguro rural como uma garantia para proteger suas safras”, afirmou, destacando a importância do apoio governamental para subsidiar o seguro rural no Paraná.

Seluchi também explicou como o La Niña afeta o clima global, reduzindo as chuvas na América do Sul e provocando um aumento das precipitações no norte do continente e na Austrália. O meteorologista também chamou a atenção para as mudanças climáticas, que têm encurtado a temporada de chuvas e aumentado a frequência de eventos extremos, como ondas de calor.

Com o La Niña à vista, a FAEP recomenda que os produtores estejam atentos e preparados para enfrentar um ano-safra desafiador.

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