Mercado de açúcar: déficit em 2024/25 e incertezas para 2025/26 preocupam setor
Balanço global de açúcar aponta para um déficit de 4,1 milhões de toneladas

Segundo dados do relatório do Itaú BBA, o balanço global de açúcar aponta para um déficit de 4,1 milhões de toneladas na safra 2024/25. No entanto, a forte entrega do contrato de março de 2025 levantou dúvidas sobre o crescimento da demanda global. Já para a safra 2025/26, as projeções iniciais indicam um superávit de 4,4 milhões de toneladas, mas há incertezas quanto à concretização dessas previsões, especialmente devido à volatilidade climática e ao mercado internacional.
No Brasil, a região Centro-Sul, que inicia a colheita em abril, ainda enfrenta desafios climáticos e estruturais. O excesso de chuvas nos últimos meses de 2024, seguido por um período seco no início de 2025, pode afetar a produtividade agrícola. Além disso, algumas áreas ainda passam por reformas devido a falhas na rebrota provocadas por incêndios no ano passado. Diante disso, a estimativa atual de moagem de cana para a safra 2025/26 permanece em 601 milhões de toneladas, mas pode ser reduzida caso as projeções de chuvas para março e abril se confirmem.
Outro fator de risco é a oscilação dos preços do açúcar no mercado internacional. Se os valores caírem de forma consistente abaixo dos patamares atuais, as usinas do Centro-Sul podem reduzir a produção de açúcar, priorizando a destilação de etanol.
De acordo com o relatório do Itaú BBA, a maximização da produção de açúcar ocorre quando seu prêmio está acima de USD 3,0 centavos por libra-peso em relação ao etanol hidratado. Com o valor do etanol hidratado atualmente em USD 15,5 centavos por libra-peso, se o preço do açúcar bruto em Nova York cair abaixo de USD 18,5 centavos por libra-peso, uma parcela maior da cana poderá ser destinada à produção de etanol, impactando diretamente a oferta global de açúcar.