Produção de trigo no Brasil cai para 7,7 milhões de toneladas em 2024, aponta CEEMA
Além da menor quantidade, a qualidade dos grãos colhidos preocupa
A queda nos preços do trigo no Brasil está desafiando as expectativas do mercado, especialmente diante da redução na produção e do câmbio desfavorável para importações. Segundo dados divulgados pela Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (CEEMA), a média de preços no Rio Grande do Sul fechou a semana em R$ 65,27 por saco, enquanto o Paraná manteve valores em R$ 72,00 por saco em algumas regiões.
Em comparação com o mesmo período do ano passado, o Rio Grande do Sul registrava R$ 63,00 por saco, e o Paraná, R$ 67,00, demonstrando uma tendência de retração nos valores, mesmo em um cenário de menor oferta.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta para uma produção nacional de 8,1 milhões de toneladas em 2024, mas análises do setor privado indicam um ajuste para 7,7 milhões de toneladas, sendo 3,7 milhões no Rio Grande do Sul – abaixo das 4,1 milhões inicialmente estimadas.
Além da menor quantidade, a qualidade dos grãos colhidos preocupa. "É surpreendente que os preços do trigo de qualidade superior não tenham apresentado alta significativa, considerando a menor oferta e o impacto cambial nas importações", destaca o relatório da CEEMA.
No entanto, o mercado permanece com baixa liquidez e os preços, no mercado FOB, atingiram os menores níveis desde abril/maio deste ano. Apesar disso, analistas esperam uma recuperação dos preços para fevereiro e março de 2025, quando a oferta no mercado interno pode diminuir ainda mais.