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Paraná: queda na produção de trigo pode gerar prejuízos de R$ 1 bilhão

Preços do trigo caem com avanço da safra e redução de moagem em moinhos



Foto: Divulgação

Segundo a análise semanal da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema), a colheita de trigo no Brasil começa a impactar o mercado, com os preços apresentando quedas devido ao avanço da safra e à alta oferta. O preço do trigo de qualidade superior manteve-se em R$ 68,00 por saco nas principais regiões do Rio Grande do Sul, enquanto a média estadual fechou a semana em R$ 67,27 por saco. No Paraná, houve uma queda mais expressiva, com o preço do produto recuando para R$ 77,00 por saco nas principais áreas produtoras.

A retração no mercado também foi influenciada pela redução da moagem em diversos moinhos, em razão dos estoques elevados e da baixa liquidez nas vendas de farinha de trigo. Conforme levantamento do Cepea/Esalq, o preço médio do trigo negociado em setembro no Paraná foi de R$ 1.482,91 por tonelada, uma redução de 3,6% em relação a agosto, mas um aumento significativo de 39,1% em comparação com setembro do ano passado, em termos reais. No Rio Grande do Sul, a média ficou em R$ 1.365,13 por tonelada, com queda mensal de 4,5%, mas uma alta de 18,6% no comparativo anual.

No Paraná, onde a colheita do trigo já atingiu 62% da área cultivada, os danos causados por geadas e falta de chuvas se confirmam graves. A produção final no estado foi revista para 2,58 milhões de toneladas, uma queda de 29% em relação ao ano passado, representando uma perda de 32% sobre a estimativa inicial, ou 1,2 milhão de toneladas. Esse cenário resulta em um prejuízo estimado em mais de R$ 1 bilhão. Para o Brasil, a produção total de trigo em 2024 deverá alcançar cerca de 7,5 milhões de toneladas, uma queda em relação às 8,1 milhões do ano anterior e bem abaixo das 8,8 milhões inicialmente previstas.

No Rio Grande do Sul, o mês de outubro começou com 15% das lavouras de trigo em fase de maturação, 46% em enchimento de grãos, 29% em floração e 10% em desenvolvimento vegetativo. A expectativa, caso o clima se mantenha favorável, é de uma produtividade média de 3.100 quilos por hectare (51,7 sacos por hectare). No entanto, temporais de granizo e chuvas intensas atingiram parte das regiões produtoras na última semana, e ainda é necessário avaliar o impacto dessas adversidades climáticas nas lavouras.

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