Argentinos esperam aumento do superávit comercial do Brasil
A desvalorização do real frente ao peso argentino contribui
De acordo com projeções da consultoria Abeceb, especializada em comércio exterior com foco no Brasil, o déficit comercial bilateral da Argentina deverá crescer significativamente em 2025. A expectativa é que o saldo negativo atinja US$ 3 bilhões, dez vezes o valor estimado para 2024, de US$ 308 milhões. Apesar disso, o déficit ainda ficará abaixo dos US$ 4,7 bilhões acumulados em 2023.
A consultoria prevê que as importações argentinas de produtos brasileiros devem aumentar pelo menos 30%, alcançando US$ 18,5 bilhões em 2025. Em contrapartida, as exportações da Argentina para o Brasil devem crescer em ritmo menor, cerca de 12%, chegando a US$ 15,5 bilhões. Segundo a Abeceb, fatores como a recuperação econômica, o aumento do consumo e dos investimentos na Argentina serão determinantes para o aumento das importações.
Além disso, a desvalorização do real frente ao peso argentino contribui para a ampliação do déficit comercial em favor do Brasil, ao tornar os produtos brasileiros mais competitivos no mercado argentino. "Estruturalmente, somos deficitários com o Brasil. A eliminação do imposto país e a apreciação do peso frente ao real favorecem esse cenário", destacou a consultoria.
Atualmente, o Brasil é o principal parceiro comercial da Argentina e o segundo maior destino das exportações da província de Santa Fé, atrás apenas da Índia. Até novembro de 2024, as exportações totais argentinas somaram US$ 12,3 bilhões, enquanto as importações provenientes do Brasil alcançaram US$ 12,9 bilhões, reforçando a tendência de saldo comercial favorável ao Brasil.