Café arábica deve ganhar protagonismo em 2025
Vietnã enfrentou estoques reduzidos no ciclo 2023/24
Após um 2024 marcado por recordes históricos nos preços dos futuros de café arábica e robusta, o mercado inicia 2025 com menor volatilidade, mas com incertezas ainda presentes. Segundo a analista de Inteligência de Mercado de Café da Hedgepoint, Laleska Moda, o arábica deve assumir maior protagonismo este ano, diferentemente do robusta, que liderou o cenário anterior devido à baixa produção no Brasil e no Vietnã.
O Vietnã, principal produtor global de robusta, enfrentou estoques reduzidos no ciclo 2023/24, agravados por altas temperaturas e seca. Esses fatores elevaram os preços e atrasaram a colheita, com máximas registradas em setembro passado.“No Brasil, as chuvas desde outubro de 2024 têm favorecido o enchimento dos grãos de arábica para a safra 25/26, mas o tamanho da produção ainda é incerto, com previsões mais precisas esperadas para o final de fevereiro. O desempenho dessa safra será crucial para a direção dos preços neste ano”, afirma a analista.
Agora, com a entrada gradual dos grãos vietnamitas no mercado e boas expectativas para o conilon brasileiro na safra 2025/26, a pressão sobre o robusta tende a diminuir. “Desde outubro, a arbitragem entre arábica e robusta ampliou para 100 c/lb, o que pode favorecer a demanda por robusta em 24/25. Acreditamos também que os futuros do robusta devem se manter abaixo dos recordes de 2024, enquanto o arábica pode alcançar novas altas, dependendo da safra brasileira 25/26”, aponta.
Apesar do alívio no robusta, o arábica ganha destaque devido às incertezas sobre a safra brasileira de 2025/26, que ampliam a arbitragem entre os dois tipos de café e podem impactar a demanda. Além disso, o ciclo 2024/25 deve encerrar com um déficit, causado por estoques globalmente baixos e uma oferta ainda limitada.