Produtores retomam interesse pela silvicultura
Silvicultura de pinus permanece estagnada
O mais recente Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, divulgado na quinta-feira (19), destacou a estabilidade da área destinada ao cultivo de eucalipto, acácia-negra e pinus na região administrativa de Pelotas, no Rio Grande do Sul. Apesar da manutenção da área nos últimos anos, o cenário começa a mudar em função de uma valorização da madeira, aliada a fatores econômicos e climáticos.
A partir de 2023, programas de fomento e incentivos promovidos por empresas florestais, somados a frustrações de safra, preços defasados da pecuária de corte e o alto valor da soja, têm levado produtores rurais a reavaliar e retomar o interesse pela silvicultura. Contudo, limitações impostas pelo Código Florestal e pelo Zoneamento Ambiental da Silvicultura, que restringem o aproveitamento máximo a 40%-45% da área total destinada à atividade, seguem sendo um desafio para o setor.
Os preços pagos ao produtor variam consideravelmente, influenciados pela logística de transporte, tamanho dos maciços florestais e viabilidade de mecanização na colheita e baldeio. Atualmente, os valores para acácia-negra na propriedade estão em R$ 130,00 por estere (st) empilhado na estrada interna. Já o eucalipto apresenta preços entre R$ 90,00 e R$ 100,00/st.
Quando transportada diretamente para unidades consumidoras, incluindo carregamento, frete e descarregamento, a lenha atinge valores de R$ 130,00 a R$ 150,00/st, podendo chegar a R$ 200,00/st no caso da acácia-negra.
Na região de Passo Fundo, a silvicultura de pinus permanece estagnada, sem novas áreas implantadas e com estoques reduzidos. Parte das florestas existentes é comercializada para empresas de Santa Catarina, refletindo uma procura mais localizada para o produto.
Apesar dos desafios logísticos e ambientais, o mercado florestal no estado do Rio Grande do Sul apresenta sinais de revitalização, com expectativa de crescimento motivada por incentivos e pela crescente demanda por madeira.