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Indústria química brasileira sofre retração

O acumulado dos 12 meses até fevereiro de 2025 mostra crescimento



O acumulado dos 12 meses até fevereiro de 2025 mostra crescimento O acumulado dos 12 meses até fevereiro de 2025 mostra crescimento - Foto: Rizobacter

De acordo com o Relatório de Acompanhamento Conjuntural (RAC) da Abiquim-Fipe, o setor químico brasileiro iniciou 2025 em desaceleração. No primeiro bimestre, produção, vendas internas e demanda nacional caíram 5,6%, 0,8% e 4,0%, respectivamente, frente ao mesmo período de 2024. A utilização da capacidade instalada ficou em apenas 60%, o menor índice desde 1990, com destaque para níveis críticos de ociosidade em segmentos como plastificantes (61%) e intermediários para plásticos (48%).

Os preços subiram 5,1% entre janeiro e fevereiro, com alta real de 3,6%, acima da inflação medida pelo IPA-FGV (1,5%). Em dólar e euro, os preços reais aumentaram mais de 11%, reflexo da valorização do real. Fevereiro foi particularmente negativo: a produção caiu 10,1% frente a janeiro e o consumo aparente nacional (CAN) recuou 17,1%, puxado por uma queda de 26,8% nas importações e problemas como paralisações e falta de matéria-prima.

Apesar dos maus resultados no início do ano, o acumulado dos 12 meses até fevereiro de 2025 mostra crescimento: produção (+3,2%), vendas internas (+7,0%) e demanda nacional (+3,2%). No entanto, o aumento das importações, que supriram 49% da demanda interna, contribuiu para ampliar o déficit comercial do setor, que atingiu US$ 49,59 bilhões — acima dos US$ 48,68 bilhões de 2024.

Diante do cenário, o presidente da Abiquim, André Passos Cordeiro, pede medidas urgentes para reverter a crise, como a retomada do Reiq e aprovação do Presiq, com incentivos à sustentabilidade. “Com isso, esperamos que a indústria volte a operar em plena capacidade, atingindo 95% da produção. Isso teria um impacto significativo no valor da produção de produtos químicos, gerando um efeito direto e indireto no PIB de R$ 112,1 bilhões até 2029. A nova lei ajudará a reduzir o déficit da indústria química, tornando-se uma fonte importante de arrecadação e agregação de valor ao país, através do uso sustentável dos recursos naturais. Esse plano pode salvar o setor”, conclui.

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