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Brasil pode liderar transição da escassez de fosfato

Brasil desponta como um país com grande potencial



Brasil desponta como um país com grande potencial Brasil desponta como um país com grande potencial - Foto: Canva

A crescente demanda global por fosfato, impulsionada pela agricultura intensiva e pelo crescimento da indústria de baterias para veículos elétricos, está acirrando a disputa por esse insumo estratégico. Segundo Giuliano Pauli, Innovation and R&D Director no Grupo Santa Clara, o cenário é preocupante: a produção mundial deverá crescer lentamente até 2030, enquanto a demanda, especialmente na China, se acelera. Isso impõe riscos de abastecimento e aumento nos custos, principalmente para o Brasil, que importa cerca de 70% do fosfato utilizado na agricultura.

Nesse contexto, o Brasil desponta como um país com grande potencial para reduzir sua dependência de fertilizantes fosfatados por meio da ampliação do uso de bioinsumos. De acordo com estudos mencionados por Pauli, a adoção de bioinsumos em culturas como arroz, milho, trigo, cana-de-açúcar e pastagens pode gerar uma economia de até US$ 5,1 bilhões ao país, além de reduzir em até 18,5 milhões de toneladas as emissões de CO2 equivalente — contribuindo diretamente para as metas climáticas e aumentando a sustentabilidade no campo.

Outra frente promissora está na economia circular. O Brasil tem oportunidades relevantes para reaproveitar resíduos e subprodutos agroindustriais como fertilizantes. O Plano Nacional de Fertilizantes 2050 incentiva a integração das cadeias produtivas e o uso de resíduos orgânicos como forma de substituir matérias-primas importadas, estimular a inovação e fomentar a produção nacional de insumos agrícolas mais sustentáveis.

Diante do cenário global desafiador e da pressão sobre recursos naturais como o fosfato, o Brasil tem a chance de liderar uma mudança de paradigma. Ao investir em tecnologias regenerativas, como os bioinsumos, e em práticas de economia circular, o país pode se tornar referência em uma agricultura mais resiliente, menos dependente de importações e alinhada aos compromissos ambientais globais.
 

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