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Chuvas atrasam a colheita da soja

Colheita da soja avança em ritmo desigual no RS



Foto: Pixabay

As chuvas registradas no início da última semana interromperam temporariamente a colheita da soja no Rio Grande do Sul, conforme aponta o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, divulgado na quinta-feira (17). Com a redução da umidade, os trabalhos foram retomados em algumas regiões, especialmente no Norte e no Centro do Estado. A colheita já alcança 60% da área cultivada.

A umidade favoreceu o uso de dessecantes químicos, o que contribuiu para uma melhor uniformidade da maturação nas lavouras. A Emater/RS-Ascar observa, no entanto, que "as perdas aumentam conforme a colheita avança", embora áreas com cultivos mais atrasados apresentem bom desenvolvimento. Ainda restam 35% das lavouras em maturação e 5% em fase de enchimento de grãos, beneficiadas pelas chuvas recentes.

Na Fronteira Oeste, a colheita foi retomada no dia 10 de abril nas áreas de solo arenoso. Em Manoel Viana, 45% dos 58 mil hectares já foram colhidos. A expectativa dos produtores é recuperar o atraso. “A previsão de tempo seco anima os agricultores a concluir a colheita”, informou o informativo. Em Alegrete, 40% da área cultivada foi colhida, mas com perdas estimadas em 50%. Já em São Borja, metade da área já foi colhida, e o acionamento de seguros privados e do Proagro pode alcançar 80% dos produtores.

Na Campanha, as operações foram dificultadas pelo excesso de umidade no solo. Em Aceguá, apenas 5% da área foi colhida até o momento. Hulha Negra apresenta 10% da colheita concluída, com produtividades variando conforme o nível de investimento e as condições climáticas durante o ciclo reprodutivo.

No Norte do Estado, a colheita se aproxima da conclusão em Erechim, com 95% das áreas já colhidas. A produtividade média foi estimada em 2.275 kg/ha, afetada pela estiagem entre janeiro e março. “A diferença de poucos dias no plantio influenciou significativamente os rendimentos”, afirma a Emater.

A região de Ijuí, que concentra 14,7% da área de soja do Estado, colheu até agora 84% da área. A operação foi retomada nos dias 10 e 11 de abril, aproveitando a melhora no clima. A produtividade apresenta grande variabilidade, e os agricultores já iniciaram os trabalhos de correção de solo após a retirada da cultura.

Em outras regiões, a colheita avança com restrições. Em Caxias do Sul, mais da metade da área foi colhida, apesar das interrupções pelas chuvas. A produtividade média está em 3.231 kg/ha, com redução de 15%. Em Frederico Westphalen, 87% da área foi colhida, mas a produtividade média caiu 30%, ficando em 2.425 kg/ha.

Na região de Passo Fundo, onde se concentra quase 10% da área do Estado, 85% da soja já foi colhida. Em Pelotas, as chuvas contínuas paralisaram os trabalhos e geraram preocupação com a qualidade dos grãos, que podem apodrecer nas vagens. Apenas 20% da área foi colhida, embora 42% das lavouras estejam prontas.

Santa Maria, responsável por 15,7% da produção estadual, colheu mais da metade da área. As perdas pela estiagem são significativas. Em Santa Rosa, os trabalhos foram retomados após os dias chuvosos, e as lavouras mais tardias se aproximam do fim do enchimento de grãos. Nas áreas mais recentes, produtores avaliam o uso de fungicidas para controlar a ferrugem asiática.

Na região de Soledade, a colheita foi interrompida na primeira metade da semana passada e retomada no dia 10. A produtividade caiu de 3.359 para 2.260 kg/ha. Segundo a Emater, as áreas de maior altitude apresentam maior avanço nos trabalhos do que aquelas localizadas no Baixo Vale do Rio Pardo.

O preço médio da saca de 60 quilos apresentou queda de 2,04% em relação à semana anterior, passando de R$ 127,38 para R$ 124,78. Na Bolsa de Cereais de Cruz Alta, o valor para o produto disponível foi de R$ 135,00 por saca.

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