Seja cauteloso com a soja

De acordo com a TF Agroeconômica, os fundamentos do mercado de soja atualmente giram em torno das safras na América do Sul, impactadas por condições climáticas adversas. A Bolsa de Cereales de Buenos Aires já reduziu a previsão de produção argentina em 1 milhão de toneladas, enquanto no Brasil o clima provoca atrasos na colheita no Centro-Oeste devido ao excesso de umidade, e forte calor e seca no Sul ameaçam as lavouras. Estimativas de produção brasileira variam de 166 milhões de toneladas (Conab) a 172,4 milhões de toneladas (consultorias independentes).

Diante desse cenário, a principal recomendação da TF Agroeconômica é aproveitar o atual momento de lucro, estimado em 31,29%, acima da média histórica. A orientação é vender a maior parte da produção e, no máximo, reservar 10% para especulação. Segundo a análise, a pergunta “e se subir mais?” pode levar a riscos significativos, lembrando casos de agricultores que sofreram perdas substanciais ao esperar por preços mais altos.

Entre os fatores de alta para o mercado, destacam-se a redução na previsão de safra argentina, o atraso na colheita brasileira, as fortes exportações americanas (1,49 milhão de toneladas na última semana) e a valorização do real frente ao dólar, que beneficia a competitividade dos EUA. No entanto, fatores de baixa incluem a redução temporária das tarifas de exportação na Argentina, incentivando vendas de subprodutos, e as estimativas de safra brasileira acima de 170 milhões de toneladas, tranquilizando os mercados internos e externos. A recomendação final da TF Agroeconômica é agir com cautela e foco em garantir os lucros disponíveis no mercado atual, dado o cenário ainda incerto das safras e a volatilidade nos preços.