Aproveite altas da soja para fixar preço
Há riscos de baixa, como os impactos das tarifas de Trump
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A TF Agroeconômica destacou que o mercado da soja deve sofrer impactos com a reintrodução das tarifas de Donald Trump sobre importações do Canadá, México, União Europeia e China, o que pode reduzir exportações e pressionar as cotações em Chicago. No Brasil e na Argentina, no entanto, a demanda deve aumentar, elevando os prêmios e sustentando os preços, ainda mais com a valorização do dólar.
No cenário doméstico, o foco está na revisão da safra pela Conab em março, com expectativa de um volume entre 18 e 21 milhões de toneladas acima da temporada anterior, além do excedente de soja inicialmente destinado ao B15, o que pode impactar os preços internos.
Diante disso, a TF Agroeconômica recomenda aproveitar eventuais altas para fixação de preços, seja nos mercados futuros, como Chicago via B3, ou no mercado físico. Entre os fatores de alta, destaca-se a redução da área plantada e dos estoques nos EUA, com o USDA projetando uma safra de 118,93 milhões de toneladas para 2025/2026, enquanto a oferta final pode cair para 8,71 milhões de toneladas. Além disso, o dólar valorizado no Brasil, que fechou a R$ 5,9163, beneficia os produtores ao elevar a rentabilidade das exportações.
Por outro lado, há riscos de baixa, como os impactos das tarifas de Trump, que podem gerar incertezas logísticas e desestimular o comércio global. Retaliações da União Europeia e Canadá podem agravar o cenário, especialmente para as exportações americanas. Além disso, o avanço da colheita no Brasil e as boas condições das lavouras na Argentina aumentam a oferta. O cancelamento da mudança do B14 para B15 no Brasil também adiciona 2,2 milhões de toneladas ao mercado, pressionando os preços no médio e longo prazo.
Diante desse contexto, a recomendação é monitorar os desdobramentos das tarifas e da safra sul-americana, aproveitando os momentos de valorização para travar preços e garantir margens mais previsíveis.