Milho sem ureia: Biotecnologias para fixação de nitrogênio
A primeira estratégia ocorre via área foliar

De acordo com Fernanda Borba Ramos, engenheira agrônoma e Técnica de Campo na Raiar Orgânicos, o uso de biotecnologias para fixação de Nitrogênio no milho pode reduzir ou até substituir fertilizantes químicos. Em publicação no LinkedIn, ela destacou duas abordagens naturais para fornecer Nitrogênio às plantas, utilizando microrganismos benéficos.
A primeira estratégia ocorre via área foliar com o Methylobacterium symbioticum (Utricha N). Essa bactéria penetra na planta pelos estômatos abertos e converte o nitrogênio atmosférico (N2) em amônio (NH4+), disponibilizando uma fonte natural de nitrogênio. Já na fixação pelas raízes, o Azospirillum brasilense desempenha papel essencial, pois além de auxiliar na captura de nitrogênio, também estimula o crescimento radicular por meio da produção de hormônios vegetais.
Nesse cenário, o estudo foi realizado com a variedade convencional Pioneer 3898, demonstrando que o uso dessas biotecnologias pode reduzir a necessidade de ureia e outros adubos nitrogenados. Além dos benefícios econômicos, essa prática torna o sistema produtivo mais sustentável, diminuindo impactos ambientais e aumentando a eficiência do cultivo.
Com essas inovações, de acordo com a especialista, os agricultores podem adotar soluções biológicas que favorecem o desenvolvimento das plantas sem comprometer a produtividade, consolidando um manejo mais equilibrado e eficiente para a cultura do milho. “Através dessas biotecnologias, somos capazes de diminuir o uso de adubos químicos ou até mesmo substituí-los”, comenta.