Crédito sustentável impulsiona o agronegócio
"O crédito agrícola está em constante transformação"
O ano de 2024 foi marcado por desafios para o agronegócio brasileiro, com retrações econômicas e climáticas que afetaram diretamente os produtores. O PIB do setor, segundo o Cepea, caiu 1,28% no segundo trimestre, acumulando uma queda de 3,5% no ano anterior. Para 2025, entretanto, a CNA projeta uma recuperação, com crescimento estimado em 5%.
Um dos pilares dessa recuperação será o crédito agrícola, impulsionado pela tecnologia. Victor Cardoso, Head Comercial da Agree, destaca o avanço na individualização do crédito, com ferramentas como inteligência artificial e análise de dados permitindo condições financeiras mais adaptadas aos produtores. Ele também ressalta a crescente ênfase em critérios sustentáveis para concessão de financiamento, alertando que a não adequação pode resultar em suspensão de créditos.
“Ferramentas como inteligência artificial e análise de dados devem permitir que as instituições financeiras ofereçam condições mais adaptadas à realidade de cada produtor. Além disso, a sustentabilidade será uma prioridade, com maior número de linhas condicionadas ao cumprimento de critérios sustentáveis. Quem não se adequar às regras pode ter o seu financiamento suspenso também. Outro ponto relevante será a influência de políticas governamentais, que podem alterar os subsídios e as condições de financiamento”, explica.
O cenário macroeconômico continuará desafiador, com expectativa de juros elevados – projeção de 13,50% na Selic para o final de 2025 – e volatilidade cambial, impactando custos e receitas. Nesse contexto, a boa gestão financeira e práticas sustentáveis se tornam diferenciais estratégicos, especialmente para pequenos e médios produtores que enfrentam maior dificuldade de acesso a crédito.
“O crédito agrícola está em constante transformação e 2025 será um ano de desafios e oportunidades. Os profissionais que estiverem abertos a inovações, alinhados às exigências de mercado e bem organizados terão uma posição estratégica para crescer. A tecnologia será a grande aliada nesse processo, conectando o trabalhador do campo e instituições financeiras de maneira mais eficiente”, finaliza Cardoso.