Brasil lidera exportações de algodão após safra recorde em 2023/24

Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o Brasil se tornou, em 2024, o maior exportador mundial de algodão em pluma, superando os Estados Unidos, que lideravam o mercado desde a safra 1993/94. O avanço marca o terceiro ano consecutivo de crescimento na produção nacional, impulsionada pela expansão da área cultivada, pelo aprimoramento tecnológico e pela alta qualidade do produto brasileiro.

Enquanto o mercado interno registra crescimento modesto na demanda, os excedentes domésticos vêm sendo escoados para o mercado internacional, que sustenta os preços da pluma. Ao longo de 2024, mesmo com oscilações nas cotações externas e na taxa de câmbio, os preços internos permaneceram dentro de uma faixa relativamente estável. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, variou entre R$ 3,8063/lp e R$ 4,3645/lp.

De acordo com o Cepea, durante o primeiro trimestre do ano, os preços foram sustentados pelas valorizações externas. No entanto, no segundo trimestre, desvalorizações no mercado internacional e a liquidação de estoques remanescentes da safra 2022/23 pressionaram as cotações para baixo. Já no terceiro trimestre, mesmo com a entrada da nova safra, os preços mantiveram-se firmes, pois os vendedores priorizaram o cumprimento de contratos a termo, limitando a oferta no mercado à vista.

Nos últimos meses do ano, as cotações estabilizaram-se, recebendo impulso em dezembro devido à alta do dólar, que elevou a paridade de exportação.

No campo, a área semeada na safra 2023/24 alcançou 1,944 milhão de hectares, um aumento de 16,9% em relação ao ciclo anterior, configurando-se como a maior área plantada desde 1991/92. A produção atingiu 3,7 milhões de toneladas, alta de 16,64% em comparação ao ciclo anterior, estabelecendo um novo recorde para a cotonicultura brasileira, conforme o apontado pela Cepea.