Soja em mais uma baixa em Chicago
Outro fator que contribuiu para a desvalorização foi o relatório mensal do USDA

A soja negociada na Bolsa de Chicago (CBOT) fechou em baixa nesta terça-feira, pressionada pela política tarifária dos EUA e pelo avanço da colheita no Brasil, conforme análise da TF Agroeconômica. O contrato para maio, referência para a safra brasileira, caiu 0,27%, encerrando a $ 1011,25 por bushel. Já o contrato de julho recuou na mesma proporção, sendo cotado a $ 1025,50. O farelo de soja para maio teve leve queda de 0,17%, fechando a $ 301,8 por tonelada curta, enquanto o óleo de soja recuou 0,78%, encerrando a $ 41,93 por libra-peso.
A incerteza no mercado global persiste devido às tarifas impostas pela Casa Branca, que resultaram em uma retaliação da China com a imposição de uma tarifa de 10% sobre a soja americana. Esse fator tem limitado a recuperação dos preços em Chicago. Além disso, a colheita no Brasil avança em ritmo acelerado, o que aumenta a oferta e pressiona ainda mais os preços. Segundo a Conab, 60,9% da área apta já foi colhida, um avanço significativo em relação aos 48,4% do relatório anterior e acima da média histórica de 56,3% dos últimos cinco anos.
Outro fator que contribuiu para a desvalorização foi o relatório mensal do USDA. Embora tenha apresentado ajustes pontuais para a soja, o documento não incorporou os impactos da atual crise tarifária, pois considera apenas as políticas comerciais em vigor no momento da publicação. Essa abordagem gerou cautela entre os traders, que aguardam atualizações mais realistas nas próximas edições.
Diante desse cenário, o mercado segue atento à evolução da política comercial dos EUA e ao ritmo da colheita brasileira. A continuidade das tensões tarifárias e o aumento da oferta global podem manter a pressão sobre os preços da soja no curto prazo.